quinta-feira, julho 02, 2009

Yuri BloodMoon - Parte 1

Sentado a frente de uma fogueira Yuri ficou pensando, seus olhos escuro estavam fixos na chama que se moviam ao sabor do vento, sem planejar ele começou a pensar. Sua mente vagava para longe... Com as chamas que se contorciam vinham as lembranças.
Numa fagulha Yuri pode sentir o aroma suave de jasmim que sempre vinha junto de sua mãe, fechou os olhos e rapidamente abriu constatando que não estava mais no presente. Sorriu ao ver Madalena sua mãe, cabelo preto emoldurando o rosto perfeito, Yuri amava sua mãe, era seu bem mais precioso.
Fechou os olhos e quando abriu sentiu um tapa no rosto e virou para frente, sua boca encheu-se de sangue, o gosto férreo o fez cospir, levantou o rosto olhando para Johann seu pai, um homem grosso forte e com um olhar orgulhoso e intimidador.

“-Presta a atenção! Você é um líder, nunca, mas nunca se rebaixe... A não ser que seja morto ou seja somente uma mulher!”

O homem apontou para o lado mostrando sua mulher, Yuri pode ver Madalena no chão ao lado da fogueira, os cabelos longos negros tentando ocultar a marca vermelha no seu rosto e outros hematomas que não era muito visivel por causa da roupa, inconscientemente ele rosnou vendo o estado de sua mãe.

“-Mulheres são fracas, só servem para procriar e esta é inútil agora é uma inútil...”

Foi o maximo que Yuri aguentou. Seu corpo jovem não suportou a pressão de sua furia. Johann se surpreendeu virando-se para o filho e vendo aquele pequeno lobo pulando em sua garganta, um ataque surpresa que foi facilmente vencido pela experiencia de seu pai, que mesmo tendo evitado acabou levando uma leve mordida em seu rosto.
Johann riu alto e balançou a cabeça olhando para o filho no chão, com sangue saindo pela boca.

“-Fedelho insolente! Sua atitude de proteger sua mãe é louvável, pena ser inútil!”

Yuri olha para o pai ainda na forma de lobo, sentindo a dor e a vergonha. O sangue quente ainda escorre pela sua boca molhando seu pelo.

“-Atos heróicos só servem para cadáveres. Então cresça, fique forte e seja um líder... Ou então morra com a vergonha de ser só um... Qualquer!”

A risada de Johann faz com que Yuri feche os olhos, de ódio e rancor. Quando volta a abrir pode ver a fogueira ainda trepidando e nenhuma silhueta, novamente estava no presente, mas as marcas do passado se fazem presente. Levando a mão ao peito passa sobre sua cicatris e sorri.

“-Agora quem é um 'qualquer' morto é você!”