quinta-feira, junho 28, 2007

Vitor e Isabela... Conto em 3 partes...




Capítulo II - A Transformação.
Victor ainda estava em seu quarto quando ouviu o barulho do celular, caminhou preguiçosamente ate a mesinha de cabeceira e olhou o numero desconhecido. Fechou os olhos abrindo o celular e falando com uma voz mais acordada.
- Pronto!
Do outro lado, Isabela olhava para o chão, na face à expressão de preocupada, que sumiu assim que ouviu a voz de Victor, um belo sorriso se abriu, mesmo que ele não pudesse ver.
- Victor, é a Isabela... Você me ajudou a duas noites lá no Blood Rose!
Ela temia que não a reconhece-se, mas Victor estava ansioso pela ligação dela, afinal queria rever os olhos de Margareth e sentir novamente os lábios de Isabela.
- Isabela, que surpresa esta ligação. Esta tudo bem com você? Porque demorou tanto a ligar?
- Bem, eu acho que fiquei com um pouco de receio, afinal no começo eu fui tão... –Para sem saber o que dizer, olhando para os lados, mordendo o lábio inferior, solta o ar que tinha preso a pouco e fala num tom baixo. – Seca, mas eu estou bem sim e você?
- Deixa disto menina, o que vai fazer hoje? –Victor não podia deixar a oportunidade passar, afinal já fazia dois dias que ‘sonhava’ em reencontrar Isabela. – Esta passando uma peça de teatro maravilhosa, é uma comédia romântica sobre dois casais que se encontram e acabam se apaixonando uns pelos outros e também tem um rapaz que vive atrapalhando, me falaram que é engraçada, deseja ir comigo?
Isabela fica estática com tal pedido, afinal desejava ver aquela peça, mas os ingressos já estavam esgotados e ficou pensando como ele tinha conseguido, mas sua resposta foi automática e rápida.
- Sim! –Riso. – Ah, quero ir sim Victor!
Um sorriso abriu nos lábios de Victor e se espreguiçou.
- Perfeito, começa umas nove horas, passo na sua casa umas oito e vinte ai nos podemos conversar antes da peça começar, ai saímos para jantar, que tal?
- Programa maravilhoso Victor, nem sei como agradecer isso.
- Hum, seja você!
Isabela riu no telefone e olhou no relógio.
- Então vou desligar para poder me arrumar. Beijos Tchau!
- Perfeito, logo agente se vê linda. Tchau... E beijos também.
Isabela correu para a direção do banheiro tirando a roupa e indo pra debaixo do chuveiro, nem se lembrava que tinha marcado de sair com uma amiga para ir ao cinema, estava toda sorridente.
Enquanto Victor estava parado quieto olhando para o nada, moveu os olhos para os lados e parou sobre uma grande pintura de uma mulher ruiva de cabelos longos e olhar ao mesmo tempo sedutor e carinhoso.
- Margareth!
A voz saia um pouco saudosista, caminhou devagar para direção do telefone, discou um numero e passou cinco minutos falando com alguém, assim que terminou caminhou para o banheiro se preparando para seu tão esperado encontro.
Isabela preparou sua roupa, um tubinho preto simples e muito sensual, não sabia por que se preparava tanto, mas sabia que queria impressionar Victor. Prendeu metade do cabelo deixando alguns fios soltos, a maquiagem era simples e delicada realçando os olhos dela.
Já Victor colocou uma calça social preta e uma camisa chumbo, por cima da blusa um colete preto combinando com a calça, o sapato era preto combinando com o cinto. Tinha que impressionar Isabela, em todos os sentidos.
O tempo passou e logo já eram oito horas e Isabela já estava na porta esperando ansiosa à chegada de Victor, seu irmão Gustavo não entendia o porquê daquela ansiedade.
Dez paras oito Victor entrou no Vectra prata e seguiu em direção a casa de Isabela, não demorou muito e já estava no portão da garagem, olhou para frente e ficou pensando alguma coisa, logo saiu do carro e tocou a campainha, deixou a porta aberta. Dentro da casa Isabela correu agitada, beijou o rosto da mãe e saiu ajeitando o vestido.
Quando o portão se abriu e Victor pode visualizar Isabela ficou estático, caminhou até sua direção e segurou a mão.
- Esta linda!
Isabela sorriu e beijou o rosto dele, olhou em seus olhos e voltou a olhar para os lados.
- Vamos?
Victor afirmou com a cabeça e caminhou para direção do Vectra abrindo a porta para ela, respirou fundo e ajudou ela a entrar no carro, logo seguiu para direção do motorista e começou a seguir para o teatro. Tinha muitos carros no estacionamento, era uma peça que muitos queriam ver, Victor parou na porta e logo entregou a chave para motorista, segurou a mão de Isabela e começou a seguir para direção da sala.
Ao chegarem a seus lugares Isabela se mostrou bem encantada com isso, respirou fundo e sentou-se. Não demorou muito para a peça começar. O tempo passou para todos no teatro, a peça era uma comédia. Isabela ria muito enquanto Victor mantinha seu olhar fixo na garota.
Assim que a peça acabou os dois se levantaram, Isabela começou a caminhar para direção da saída, mas foi impedida por Victor que a segurou pela mão e começou a puxá-la para direção do palco.
- Vamos ver os atores.
- Ah! Claro.
Os dois seguiam calmamente para direção dos camarins, logo chegaram à porta. Victor parecia conhecer bem o lugar e também os atores, pois entrou calmamente e olhou para dentro, sorriu e caminhou cumprimentando todos. Os dois casais estavam bem felizes e também pareciam contentes com a visita de Victor, mais ainda a atriz principal uma mestiça de japoneses e russos que se chamava Kamila Yzamaru.
Isabela se encantou com todos, mas logo começou a ficar com ciúmes, pois Victor e Kamila passavam muito tempo juntos e afastados. Quando Victor percebeu deu um pequeno sorriso para Kamila, mas logo despediu e se aproximou de Isabela abraçando-a por trás e falando com os lábios roçando a nuca.
- Vamos?
Isabela tremeu toda se arrepiando e abaixando o rosto ficando um pouco sem graça. Afirmou a cabeça e olhou para ele.
- Sim, vamos!
Os dois se despediram de todos e foram para a saída, Victor mantinha o corpo de Isabela bem colado no dele, os olhos sempre carinhoso assim como as ações. No carro ele abriu a porta como todo o cavalheiro e ajudou-a entrar. Isabela se encantava cada vez mais com as ações de Victor.
Seguiram para o restaurante não muito longe do teatro, era um lugar muito requintado. O metrie aos recebeu na porta e logo os levou para a mesa. Não demorou muito o garçom já estava anotando os pedidos. As bebidas chegaram logo e em seguida os pratos que tinha pedido. Isabela sorria feliz e apaixonada enquanto Victor mantinha os olhos nos da garota.
- O que foi Victor?
- Nada linda só seus olhos que me encantam!
- Serio?
- Sim, você é perfeita... E estes olhos me deixam perdidos no paraíso e trancados no inferno quando não posso vê-los. – Victor mesmo não precisando respirou fundo e se mostrou um pouco sem graça. – Gostaria de lhe fazer um pedido, sei que será um pouco indecente, mas preciso fazer este pedido. – Falava baixo ainda com os olhos fixos nos dela. – Fica comigo esta noite! Na minha casa só eu e você.
A proposta pegou Isabela desprevenida, corou e abaixou a cabeça em seguira, respirou fundo e ficou muda por alguns segundos. Victor quando viu a reação temeu e logo se levantou indo para direção dela e tocando seu rosto de leve com a mão direita. Delicadamente levantou seu rosto para poder olhar em seus olhos.
- Não se esconda de mim... – Victor falava com uma voz doce. – Isabela foi só um pedido indecente, pode e tem todo o direito de negar. Não quero te obrigar a nada minha querida.
Isabela respirou bem fundo e se levantou ficando próxima de Victor, os olhos se encontraram e ele pode notar o brilho carinhoso de Margareth. A mão direita de Isabela tocou o ombro dele e logo desceu até sua mão esquerda e logo entrelaçou os dedos segurando firme. A mão esquerda tocou o rosto e sussurrou com muito carinho e bem baixinho.
- Quero ficar com você!
Victor abriu um belo sorriso e quando ia começar a se afastar Isabela segurou de leve o rosto dele e beijou seus lábios de uma forma mais intensa, sem planejar nada Victor acabou sussurrando baixinho entre o beijo.
- Te amo!
O coração de Isabela batia forte e logo fechou os olhos, seu rosto mostrava bem a felicidade que sentia naquele momento. Ficou na duvida, mas logo decidiu, moveu o corpo devagar e tocou os lábios no pescoço dele, a voz dela pode ser ouvida bem baixinha, roçando e deixando Victor perdido no tempo.
- Vamos embora!
Victor afirmou com a cabeça e olhou para o garçom fazendo um movimento leve com a mão, este não demorou a trazer a conta. Logo Victor já tinha pagado e já estavam saindo. O braço direito estava envolvendo a cintura de Isabela mantendo-a colada nele, todos podiam ver que os dois estavam bem apaixonados.
Seguiram para a casa dele rapidamente, não estavam pensando muito em nada, só queriam chegar logo. Passaram por ruas e rua escura, não demorou muito e Victor já parava na porta da casa, nem guardara na garagem.
Ao chegarem Victor abriu a porta para Isabela, mas não a deixou descer e sim a pegou no colo sorrindo e caminhando para direção do quarto. Isabela abraçava-o forte mantendo os corpos colados e sempre beijando seu pescoço.
Victor se encaminhou diretamente para o quarto, a colocou na cama e acariciou seu rosto.
- minha querida!
Falou com voz delicada e acariciou seu rosto começando a beijar e a acariciar seu corpo tirando sua roupa, não demorou muito e Isabela já estava nua. Lentamente Victor começou a se despir exibindo-se para ela.
Ambos estavam nus e começaram a se tocar, as mãos dele descobriam o corpo de Isabela e as mãos dela percorriam os dele. Os lábios exploravam cada centímetro dos corpos. Não demorou muito e Victor a possuiu com muito amor.
O tempo ia passando e Isabela se contorcia de prazer, os gemidos iam aumentando cada vez mais, o olhar de Victor era bem carinhoso. O prazer começou a tomar conta do corpo de Isabela que já não se agüentava mais, sem se segurar teve um orgasmo arranhando as costas de Victor. Este não resistiu a tão visão e mordeu o lábio inferior, o cheiro que Isabela tinha o enlouquecia, não se controlando sentindo as unhas de Isabela, Victor abaixou o rosto na direção do seio direito e deixou as presas aparecerem e cravou na pele macia dos seios. Victor sugava aquele sangue cheiro de prazer e amor, isso o embriagava. Envolveu-a com os braços e a puxou para perto e continuou sugando cada vez mais.
Quando Victor saiu do transe que estava abriu os olhos vendo o corpo dela já pálido e quase sem respirar, apertou-a contra o corpo e murmurou baixo.
- Mil perdões!
A ajeitou nos braços e cortando a língua a beijou fazendo com que o sangue lhe ofertasse outra vida para ela.
- É só minha agora Margareth!
Acariciou o rosto dela de leve observando o rosto. Victor passou o final da noite olhando para Isabela, esperando ela acordar. Ajeitou-a na cama e sentou-se do lado, seus olhos não conseguiam se afastar dela.
Isabela inconsciente não conseguia se manter como tinha que ficar logo começou a transformar. O corpo foi diminuindo e o pêlo começou a crescer cobrindo todo o corpo da garota que aos poucos se transformava para uma pequena gata.

domingo, junho 24, 2007

Vitor e Isabela... Conto em 3 partes...





Capítulo I - O encontro.
Victor estava parado na esquina da Av. 14 com a Rua 27, seus olhos negros estavam fechados, os carros passavam e iluminavam aquele ser exibindo sua roupa fina um, sobretudo negro de couro, uma calça preta e uma camisa cinza escuro, os detalhes só podiam ser vistos muito de perto. O cabelo na altura do queixo estava solto, deixando alguns fios rebeldes voando pelo seu rosto.
Estava frio de mais para qualquer pessoa andar pela cidade, menos para Victor, ele parecia mal respirava, a fumaça de ar quente mal era vista. Quando o semáforo ficou verde ele pode ver os carros passar por ele, balançou a cabeça imaginando para onde iriam, para os braços das esposas ou das amantes... Para o trabalho, diversão ou como ele a procura de comida. Com passos lentos começou a caminhar assim que o último carro passou e iluminou seu rosto.
Não tinha um destino pré-definido, estava andando por onde o vento o levasse, sabia onde encontrar muitas pessoas, afinal não tinha muito lugar para ir naquela cidadezinha. Parou por alguns segundos no meio do quarteirão pensando porque ainda estava naquela cidade minúscula, balançou a cabeça e deu um riso alto abaixando a cabeça.
- Malditos... Será que nunca vão esquecer?
Voltaram a caminhar agora com um sorriso cínico no rosto, os olhos se fechavam por alguns segundos, ao chegar à esquina nem parou, mesmo sem olhar para os lados seguia na mesma velocidade que antes. As pessoas que viram ficavam boquiabertas, afinal a Rua 26 era toda fechada, não dava para ver o carro se aproximando de longe, Victor nem ligava confiava em seus instintos.
Ia seguindo para a direção do centro, sempre olhando para frente. Ao chegar próximo a uma danceteria e ficou olhando para a grande fila que tinha na entrada, deu um belo sorriso e passou a mão arrumando o cabelo atrás da orelha, passou ao lado da fila analisando cada garota e garoto que lá estava. Parou do lado de um casal, pareciam irmãos... Loirinhos de olhos azuis e pele branca, ela de vestido ate o joelho branco com florzinhas rosa e ele com calça jeans e blusa pólo.
- Querem entrar?
O rapaz olhou para Victor e balançou a cabeça.
- Claro, mas ainda vai demorar!
- Eu entro vocês rápido... Querem ir? Não gosto de entrar sozinho!
A garota segurou o braço do irmão e balançou a cabeça negando, o rapaz que já estava a algum tempo na fila nem relutou.
- Claro, vamos lá... Eu sou Gustavo e esta é Isabela!
Victor maneou a cabeça cumprimentando Gustavo, quando olhou para Isabela foi como se o tempo tivesse parado, ficou olhando para os olhos dela, levantou a mão delicadamente tomando a dela e fez movimento de beijar, sorrindo.
- Prazer Gustavo e estou encantado senhorita... Alias você tem um lindo nome... Vamos!
Ele indica para os dois saírem da fila e seguirem com ele, chegando à porta Victor só da um sorriso para o porteiro que os deixa entrar, na fila todos começam a chiar, mas nem Victor nem o porteiro ligam para isso. Gustavo e Isabela seguem com ele, a garota ainda fica um pouco afastado do homem, mas também sentiu seu coração batendo forte quando viu os olhos dele.
O destino parecia estar brincando com ele, apresentar uma garota com os mesmos olhos que Margareth... Há tempos não via aqueles olhos em ninguém, passou séculos procurando, queria poder sentir novamente os braços dela, sentir o cheiro, Victor ficou por algum tempo pensando no passado, lembrando de como aconteceu às coisas, mas acordou a tempo de ver o que estava acontecendo. Fechou os olhos e balançou a cabeça.
- Como!
Não sabia quanto tempo ficou parado lá, passou a mão nos cabelos e fechou a cara e ficou olhando enquanto caminhava. Mais na frente estava Isabela no meio de uma roda que tinha mais ou menos uns cinco homens, todos com seus copos de uísque e trançando as pernas. Victor pensou uma coisa e fechou o punho com raiva seguindo para a direção deles. Caminhou até a confusão enquanto analisava para ver quem era o ‘líder’.
Na rodinha os cinco começavam a tocar nos cabelos de Isabela, que desesperada tentava sair daqui o mais rápido possível.
- Me deixa ir... Não toque em mim!
A voz de Isabela podia ser ouvida claramente por Victor, mesmo com aquele barulho de musica eletrônica ecoando pelo lugar. Chegando perto ele não pensa duas vezes, com a mão direita fechada da um soco no rosto do rapaz mais atirado, olhando bravo e com os olhos meio amarelados ele fala num tom intimidador.
- Sumam!
Os rapazes bêbados já não tinham muito controle de seus atos, com tal situação não tiveram outra opção a não ser sair correndo deixando os copos caírem no chão. Victor aproxima-se de Isabela e acaricia o rosto dela preocupado.
- Esta tudo bem?
- Sim! – tentou mentir olhando para ele, mas estava nervosa com a situação. - Preciso do meu irmão, eu quero ir embora!
- Calma, não fique assim, estou aqui para te ajudar, não poderia deixar uma menina ser atacada e não fazer nada.
Isabela fica corada e balança a cabeça sorrindo segurando a mão dele e se aproximando.
- Obrigada Victor... Você foi meu herói agora.
Os dois caminharam para um canto, ele ficou a conversar com ela pela noite inteira, quando deu umas cinco e vinte, seu relógio apitou informando o horário, Victor olhou e virou-se para ela.
- Minha bela Isabela. – rio – Tenho que deixar você aos cuidados do seu irmão... Só lhe peço uma coisa, alias... Imploro-lhe!
Ficando corada olhou para ele.
- O que?
- Um beijo!
Isabela abaixou o rosto, mas acabou afirmando cheia de vergonha, para ele, foi o ápice. Ver uma beleza daquela cheia de timidez, ainda mais nos dias de hoje. Victor se aproximou acariciando o rosto dela e tocando os lábios, não resistindo deu um longo e demorado beijo, puxando-a contra o corpo e mantendo-a bem colada em seu corpo, pode sentir o coração dela batendo rápido e também seu corpo tremesse.
Victor não queria, mas tinha que deixa-la, no ultimo abraço deixou com ela um cartão com seu celular, afinal tinha que vê novamente. Sorrindo começou a sair do clube, seguindo para seu refugio, não tinha se alimentado, mas não importava muito... Estava feliz, pois tinha a certeza de ter encontrado novamente Margareth.
Saindo do clube caminharam uns dois quarteirões, no terceiro já virou um pequeno borrão visto por alguns segundos. Chegando a seu refugio na Rua 6 com a Av. 35 subiu as escadas e foi direito para o seu quarto, parou num criado mudo escrevendo. “Alimentar-se amanha!” Victor chegou à cama e deitou fechando os olhos e sonhando com Isabela/Margareth.

sábado, junho 16, 2007

Sabedoria dos Carvalhos Assombrados


Vim aqui contar a historia de Sabedoria da Dor um Senhor das Sombras theurge que com muito esforço conseguiu o que poucos ousaram tentar.
Era noite dos sem luas, os espíritos estavam brincalhões e travessos poucos conseguiam seques a atenção necessária para uma informação importante ou um pedido de ajuda.
No caern todos preocupados com a situação. Estavam cercados e ninguém entrava ou saia, por mais que tentasse os Dançarinos estavam fortes naquele momento, muitos acabavam perecendo tentando atravessar ou até mesmo tentar chamar ajuda, por incrível que pareça!
Igor Sangue nas Patas urrava de ódio, pois por mais forte e poderoso não conseguia varar a segurança dos inimigos, estavam resistindo, mas ninguém sabia por quanto tempo.
Sabedoria um lupino que poucos davam moral teve uma idéia, ousou falar para o mestre de rituais, mas não conseguia chegar perto dele.
Com muita coragem e fé em Gaia Sabedoria foi para a umbra, arriscando-se já que era um lugar cheio de espíritos da Wyrm e dançarinos. Olhou para os lados e sentiu um frio percorrer sua espinha, viu sua vida passar pelos seus olhos, mas sentiu que ali estava a salvação.
Com muita habilidade conseguiu se esconder até sua busca terminar. Ficou pelo menos duas horas parado embaixo de uma raiz de um grande carvalho. Respirou fundo soltando um ganido, com a pata direita fez um grifo na raiz e olhou para a lua.
Enquanto ficou por entre as arvores começou a conversar com elas, falava pouco e também brincava com elas, por duas horas as fez acordarem e por fim concordarem com o que tinha planejado.
Mesmo numa noite sem lua Sabedoria conseguiu convencer que se os Dançarinos chegassem lá dentro elas seriam arrancadas, torturadas e por final seriam presas em alguma coisa para servir contra a própria mãe Gaia.
Já era hora. Seus olhos se encheram de água e uma única lagrima escorreu rolando pelo seu rosto e caindo no chão, sobre a raiz do grande carvalho, o único que não estava acordado.
Sem ter mais o que fazer Sabedoria correu por entre as arvores, estas se moviam como se tivesse muitos a passar, enquanto as do outro lado sem saber o que acontecia se moviam também, achando engraçado o que estava acontecendo.
Sabedoria começou a latir, ganir e rosnar, fazendo sons estranhos e muitas vezes aterrorizantes. Os pássaros ouvindo o barulho não conseguiram se segurar e entraram na brincadeira repetindo o mesmo barulho, afinal muitos Dançarinos estavam intrigados e com medo.
Logo na penumbra estava àquela bagunça, as arvores se movendo e os pássaros fazendo barulhos assustadores para qualquer um, até mesmo os irmãos de caern de Sabedoria estavam com receio, muitos saíram da umbra.
Os dançarinos começaram a procurar o que estava acontecendo e alguns acharam Sabedoria, mas estes logo foram presos e mortos por galhos do grande Carvalho que tinha despertado.
Não demorou muito e os Dançarinos se sentiram acuados e temendo a retaliação do caern saíram correndo com os rabos entre as pernas. Sabedoria estava cansada, afinal passou horas e horas correndo. Os espíritos se moviam e ganiam ainda, mas ele não se importava mais, acabou adormecendo no seu esconderijo.
O grande carvalho protegeu e aconchegou-o em suas raízes e também avisou ao mestre de rituais do caern o que tinha acontecido.
Depois de um dia o reforço chegou, assim como os Dançarinos que tinham fugidos antes. A batalha foi sangrenta e muitos se perderam, mas Sabedoria não participou desta batalha, o grande Carvalho não deixou afinal ele foi o único que conseguiu afastar os dançarinos da Umbra.
Igor Sangue nas Patas matou vários dançarinos e fumoris, assim como muitos outros garous que protegiam a terra. Na penumbra ninguém se atrevia a entrar, pois os espíritos ainda estavam naquela loucura que Sabedoria tinha incitado.
Quando a lua apareceu no céu mostrando-se timidamente e os espíritos assim recobraram sua lucidez normal contaram para todos o que tinha acontecido. Assim Sabedoria da Dor passou a ser conhecido como Sabedoria dos Carvalhos Assombrados, já que os Dançarinos na terra berravam por todos os lados que na penumbra tinha assombrações de antigos garous.

quarta-feira, junho 13, 2007

Sonho ou Lembranças?

O véu branco se movia deixando só a mostra a silhueta da grande construção, devia ter no mínimo três andares e o teto ovalado, atrás do véu só a saudade e também o medo faziam o coração bater mais forte.
Procurou olhar para os lados, mas tudo era novo demais, não sabia o que fazer e nem como... Apertou as mãos até ouvir os estalos e logo soltou um longo suspiro. Só tinha certeza de uma coisa... Estava em casa.
Sua mente vagava pelo tempo e espaço, tinha certeza da guerra, mas não sabia o por que. Temia ser o culpado e chorava pelas manchas de sangue invisíveis em suas mãos. Pensou duas vezes antes de seguir, mas o campo de batalha impedia.
Não suportava ver mais as pessoas se matando, irmãos contra irmãos, seria uma briga de família... Que família, qual época e quais motivos! Ninguém sabia muito menos ele.
Sua mão esquerda segurava a espada, seu braço já estava doendo, queria soltar, mas não iria... Tinha que proteger... Proteger.... Sua terra, sua amada seus filhos, sua vida... Seu legado.
Para ele isso era importante... Seu legado, o ensinamento a muito custo aprendido. Sua força vinha disto, não devia largá-lo, era sua obrigação, o seu grande fardo... Devia morrer para proteger.
No fim foi isso que aconteceu, seus amigos, companheiros e professores não conseguiram sobreviver. Mas o que era tão importante para valer a vida de tantos, Foi protegido sobre o véu branco, sobre o sol vermelho se escondendo na terra antes marrom agora vermelha de sangue de familiares.
Enquanto os anjos choravam tal atrocidade o guerreiro sorria, pois tinha cumprido sua missão.
28/01/2007

sexta-feira, junho 08, 2007

Lais Catarina Kastin! Ventrue 10ºgeração

Os olhos mel de Lais pairam sobre o jardim, já eram oito horas e começava a fazer frio, virou o rosto para Antonio. “-Mande o Pierre para dentro, esta esfriando!” Falava observando novamente o pequeno garoto de 5 anos que corria pelo jardim. Abaixou a cabeça e fechou os olhos lembrando do passado... Passou a mão nos cabelos e caminhou até uma poltrona, ao sentar foi tragada pelos pensamentos antigos.
Podia sentir os raios de sol tocando sua pele, enquanto seu olhar percorria aquele mausoléu antigo. Suspirou e começou a correr, claro a curiosidade sempre batia mais forte em seu coração. Realmente Lais não tinha muita cabeça na época.
Invadiu o mausoléu observando, todos falavam que era abandonado e mal assombrado, coçando a cabeça pulou uma janela e se deparou com um lindo piano, passou o dedo pelo piano constatando que não tinha sujeira, logo temeu que alguém a achasse, mas quem morava lá se ninguém via ninguém entrar.
Ainda tinha sol, mas já era tarde, estava para anoitecer, então Lais sabia que tinha que ser rápida... Seus passos percorriam o salão de musica seguindo pelos corredores, mordia o lábio inferior com um pouco de medo, respirou fundo subindo as escadas... Suas mãos tremiam ao chegar à maior porta do mausoléu.
Olhando para a maçaneta levou a mão até ela, virou devagar para não fazer barulho, respirou fundo e segurou a respiração para poder abrir a porta sem fazer nenhum ruído. Os olhos dela procuravam a luminosidade de dentro, mas não existia... Soltou a respiração e começou a andar devagar, queria poder voltar no tempo para não fazer isso, mas já tinha feito e agora tinha que conviver com isso... Passou do batente e olhou para dentro, estava escuro e seu coração batendo mais forte.
Com a mão direita tentou achar o interruptor para ligar a luz, mas só sentiu algo a puxando para dentro. Ela foi jogada sobre uma cama, seu coração batia forte, tentou falar, mas só gaguejou tentando descobrir o que era... Sentiu alguém tocar seus ombros e a prender na cama, tentava ver quem era, mas estava muito escuro. Só ouviu uma voz melodiosa falando baixo: “Você sabe qual é a punição por invadir a casa dos outros?” Lais temeu de medo balançando a cabeça lentamente. Ultimamente ela sabe qual é a punição.
Esta foi a ultima vez que Lais viu a luz do sol e sentiu seu coração bater. Nunca mais ele a deixou sair do mausoléu... Ensinou ela a sobreviver pela noite e há passar muito tempo sozinho.
Lais foi puxada pela realidade com o toque de uma pequena mão nas pernas, lá estava Pierre com seus olhos azuis fixos na garota. “-Mãe... Quero brincar lá fora...” Balançando a cabeça e dando tapinhas na bunda dele. “-Vai tomar banho e jantar!” Sorria para o menino e fechou os olhos, lembrou de como achou ele.
Era inverno e Lais estava andando sozinha pela cidade, ouvia algumas pessoas falarem alto e gritarem balançou a cabeça e continuou a caminhar sentindo o vento gelado bater em seu corpo, sua atenção foi chamado somente por um casal, um homem grisalho e uma garota de no maximo 15 anos, ele a segurava forte, Lais pode sentir o cheiro do vitae invadindo sua narina, fixou os olhos nos dois, logo o homem saiu deixando a garota semi morta no chão.
Caminhou até a garota e olhou para baixo, parecia estar olhando no espelho, viu claramente sua face na face da garota, os olhos mel agora vidrados e também os cabelos castanhos, abaixou os olhos vendo a barriga. Ficou com um pouco de repulsa do homem e balançou a cabeça... Havia sangue ainda na mulher, mas ela não iria sobreviver, muito menos o bebe. Pegou o celular e ligou para uma ambulância e falando da garota, os deixou a levarem para o hospital...
Voltou para casa, mas sua mente estava na garota... Sentiu sua mente a torturar, pensou nos pais e no irmão... Não conseguindo dormir chamou Antonio seu fiel servo. Mandou que ele fosse ao hospital ver a garota e seu filho. Mais ou menos meia noite Antonio chegou com duas noticias, a primeira já esperada, a mulher estava morta, já a segunda a pegou de surpresa, o bebe estava vivo... Lais tremeu e se trancou em seu escritório.
Seus negócios estavam indos de vento em polpa... Sua casa noturna estava rendendo muito e também tinha policias ajudando na segurança, estava tudo certo, mas o menino ficava em sua mente. Quando passou uma semana Lais tomou a decisão de descobrir quem eram aqueles dois.
Na noite seguinte chamou Murilo Peres um policial que tinha contato e pediu para ele descobrir quem eram aquelas pessoas. Não demorou três dias e ele voltou com um relatório, realmente a garota era sua sobrinha e o filho dela a ultima geração da sua família. Lais agradeceu e pagou pela informação como sempre.
Deixou passar mais duas semanas e mandou Antonio pegar o menino, pois iria criar, afinal não deixaria sua família acabar ali. Tinha pensado muito naquelas semanas e sabia que iria ter problema, mas superaria isso como sempre superou. Demorou um pouco, mas conseguiu dentro da lei adotar o menino e desde então ela o protegia com todas as garras.
E agora depois de cinco anos Lais sorria tranqüila, afinal tinha sua família e seguia sua ‘vida’... Ainda não tinha decidido o que iria fazer com o menino quando este crescesse, mas deixaria o tempo decidir.