domingo, novembro 26, 2006

Euterpe, musa da música - A doadora de prazeres! -

Em algum lugar Saymor estava esperando, esperando a sua musa. Seus olhos pretos estavam fixo em uma estrela, a maior e mais brilhante estrela do céu. Seu coração batia apertado, mas batia cheio de desejo e vontade de revê-la.
Os lábios grossos e vermelhos se abriam deixando a voz grossa e melodiosa sair de seus lábios.
- Onde está minha doce Euterpe?
Sem perceber que acabara falando alto Saymor suspira ainda concentrado na estrela. Ao redor muitas pessoas passavam, varias ouviram aquela voz doce e serena, mas ninguém prestou a atenção, afinal era mais um que chorava pela falta de amor.
Os sons dos passos logo foram ocultos por uma voz doce e delicada, uma voz aguda e sedutora que somente Saymor podia ouvir afinal somente para ele que Euterpe falava.
- Estou aqui meu amado!
O coração que antes batia apertado agora acelerava só ao ouvir a doce voz dela, seus olhos se fecharam e ignorando as estrelas começou a se virar o rosto procurando ela. Os olhos brilharam quando pouso os olhos naquela linda mulher, os lábios se entre abriram e logo soltou um suspiro apaixonado.
A mulher se aproximava, estava descalça e com uma toga longa de algodão cru com um cordão trançado vermelho amarrando a cintura. Os cabelos longos e loiros eram perfeitos, cachos caiam pelos ombros e na cabeça uma pequena e fina coroa de ouro cheia de entalhes.
Saymor feliz com a presença de Euterpe falou contente agora.
- Que bom que chegou, não conseguia mais imaginar meus dias sem você por perto... Fiz uma musica para ti, gostaria de ouvir?
- Para mim? Claro meu querido... Toque!
Euterpe caminha lentamente ate chegar ao lado de Saymor e senta o olhando nos olhos, os belos olhos dourados da garota estavam agora prestando toda atenção em seu amado.
Saymor sorrindo pega uma flauta dupla e começa a tocar uma melodia, a principio começa bem devagar, uma melodia triste e cheia de saudades, quando os segundos vão passando começa a ficar mais agitada, o som começa a ficar mais alegre e mais apaixonado, as notas mais rápidas e mais doces tomando conta das pessoas. Quando acabou a musica Saymor podia ver algumas pessoas dançando e também um grande e alegre sorriso na feição de Euterpe.
- Então minha amada, o que achou?
- Perfeito Saymor, esta chegando à perfeição assim, acho que logo chegará o dia em que não precisarei estar contigo!
Os olhos de Saymor perdem o brilho e seu coração dispara de medo.
- Como? Você não vai mais aparecer? Por quê? O que eu fiz errado?
- De errado? Nada meu anjo, mas você já não precisa de mim, alem do mais eu sei o que sentiu quando viu aquela ruivinha!
Saymor parou olhando para ela assustado, como saberia de Camila, engoliu seco enquanto Euterpe continuava a falar.
- Vim a ti, pois sempre soube dos seus dons e que precisava de alguém para lhe mostra-lo!
- Mas eu não quero que vá doce Euterpe. Eu preciso de você, só com você tenho estas inspirações.
Euterpe balança a cabeça olhando para ele.
- Pois então Saymor, esta na hora de trocar de musa, não posso mais servir de musa para ti, este cargo é da ruiva.
Saymor para olhando para ela, respira fundo e maneia a cabeça.
- Se assim deseja minha querida Euterpe! Não posso ir contra a tua vontade.
Euterpe sorri se aproximando, caminha na direção dele e beija a testa dando-lhe a ultima inspiração, assim começa a se mover de leve sumindo entre as sombras. Saymor ainda olha para a direção que ela ia, mas naquele instante Camila se aproximava, sorrindo com olhar doce. Assim que os olhos batem em Camila, Saymor sente uma grande inspiração pegando sua flauta e começando a tocar uma musica apaixonada.
Assim Euterpe subia ao Olimpo com um belo sorriso de serviço bem feito. Chegava ate suas oito irmãs e abraçava-as com carinho, logo a festa recomeçava e as musas estavam juntas comemorando.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Musette Vigée-Lebrun

A história começa há alguns anos atrás, quando Musette ainda nem era nascida, na região norte de The North.
Lorde Sancius Lonsat tinha acabado de se estabelecer em uma vila quase na fronteira com Silver Marches. Precisava de muitas coisas, ganancioso e sábio, Sancius não pensou duas vezes em fazer um pacto com forças malignas, um pacto para poder prosperar e ter tudo o que desejasse.
O pacto foi bem aceito, logo Sancius estava se casando com Lady Rossa de Aure, uma nobre um pouco conceituada na região. O casamento foi benéfico para Sancius e a principio para Rossa também. Nos primeiros anos foi um mar de rosas, tudo era perfeito, o vilarejo estava prosperando assim como a família Lonsat.
Num verão Sancius recebeu um grande presente de sua esposa, afinal ela lhe daria um herdeiro. Ficou bem feliz afinal iria poder pagar finalmente sua divida com o demônio. Em uma noite no outono, quando sua esposa estava com seus cinco meses, Sancius deixa escapar o que ira acontecer com a criança assim que nascesse... Assustada Rossa implorou para que ele não fizesse isso, mas de nada adiantou, já estava decidido.
Rossa ficou assustada com ele, não queria perder o bebe, ainda mais para pagar uma divida com um demônio. Ela tinha somente quatro meses para proteger a criança.
Não tinha pensado muito quanto viu a solução chegar, um grupo de ciganos tinha acabado de chegar à cidade, muita musica e dança, mesmo no inverno. Rossa viu um povo perfeito para cuidar de seu pequeno e desprotegido bebe.
As dores começavam, Sancius estava radiante, afinal logo estaria livre de tudo e poderia curtir sem se preocupar. As parteiras entravam no quarto da senhora com lençóis brancos e vasilhas de água quente, muita movimentação, o lorde começava a ficar preocupado com a situação. Margoh a criada de Rossa já sabia do plano de sua senhora e quando a viu sentindo as dores ela correu para a direção do acampamento, estava tudo perfeito, tinha uma mulher que também estava para ter um filho. A sorte estava a favor de Lady Rossa, o filho da cigana tinha nascido morto, no acampamento não saia uma música, todos estavam tristes com a noticia. Quando Margoh chegou, foi recebida com olhares bravos pela intrusão, mas a proposta para a mãe da criança a princípio foi tomada por uma brincadeira de mau gosto, mas quando notaram que ela estava falando a verdade não demoraram muito para aceitar.
Margoh chegou com a criança enrolada em panos, não queria demonstrar ao lorde da casa o que carregava, logo que entrou no quarto Rossa suspirou aliviada, estava segurando um pouco o nascimento, mas já não iria conseguir mais, a criança queria nascer.
As parteiras fizeram um bom trabalho, mas não conseguiram impedir a criança de chorar, Sancius sorriu quando ouviu o choro, estava tudo perfeito. Rossa ainda fraca abraçou a criança e entregou para Margoh que já tinha feito a troca com a parteira. Logo enrolou a criança em panos sujos de sangue e começou a sair, limpando o quarto, Sancius ansioso invadiu o quarto sorrindo procurando sua oferta parou e branco quando viu o a criança morta ao lado da esposa. Seus olhos se encheram de lágrimas e sua expressão mudou de felicidade para raiva.
Os ciganos esperavam ansiosa a criança nova, quando esta chegou já partiram, como tinham combinado. A mulher abraçou a menina ainda um pouco suja, começou a prepara ela para começar sua vida.
Sancius e Rossa ficaram arrasados com a perda da criança, Sancius por não poder pagar sua divida e Rossa por não poder ver sua filha crescer. Os anos foram passando, Rossa se tornara uma mulher amarga, solitária, enquanto Sancius começou a decair, afinal o demônio não estava feliz, pois sabia o que tinha acontecido.
Passado três anos o demônio apareceu para Sancius em um sonho, informando o que aconteceu, o ódio aflorou no coração do homem que prometera caçar a criança e entregar sua alma assim como a de sua infiel esposa. O demônio também lhe falou como achá-la, afinal queria aquela alma prometida a ele, a criança tinha uma marca nas costas, a marca de um floco de neve.
Enquanto isso a criança crescia junto com os ciganos, seu nome era Musette Vigée-Lebrun. Seguia a vida alegre e festiva como a de seus companheiros, nem sonhava com o que tinha acontecido ao nascer. Quando completou 5 anos, os meninos e meninas mais velhos começaram a falar, desafiando-a e dizendo que não tinha sangue cigano em suas veias, que era mais uma bastarda no mundo. Musette não entendia o que acontecia e foi falar com sua ‘mãe’.
Gariani sabia que estava na hora de revelar o que tinha acontecido quando nasceu. Musette ficou triste, não sabia o que fazer agora com a revelação que sua mãe a tinha dado para Gariani, seu carinho não sumira, mas ficara por alguns meses tristes.
Quando chegou a Whaterdeep conversou com Gariani que aceitou o pedido de Musette, a garota ficou na escola New Olamn, escola para bardos e magos.
Os primeiros meses foram complicados, afinal Musette era livre antes, não tinha um horário fixo nem obrigações, agora se via em meio a horários e aprendizado e tudo mais. A garota parecia perder um pouco o animo, mas logo voltou ao normal quando começou a fazer amigos e amigas no lugar.
Dez anos se passaram Musette neste tempo não teve contato com os ciganos ou com sua ‘mãe’ Gariani. Sentia muita falta dela e dos conselhos, mas aprendera a viver ‘sozinha’.
Um ano se passou e Musette já estava com seus 16 anos, estava na hora de começar a fazer coisas fora da escola. Por um pedido de Lurien, o paladino de Lliira, ela foi designada para acompanhá-los para uma grande viagem, assim começava o período de aventura dela.
A viagem começou sem muita confusão, eram: um paladino humano, um ranger meio elfo, um clérigo humano e dois guerreiros, um humano e o outro anão. Sem contar ela de barda, afinal alguém tinha que escrever os feitos deles.
Musette escrevia algumas coisas sobre o cotidiano deles, como eram amigos e como se impressionava disto, depois de uma semana viajando começou realmente a vida de aventureira. Encontraram um grupo de mercenários que estavam a procura de uma garota, não tinham a descrição da pessoa, mas sabiam de uma marca nas costas, a briga foi violenta, o ranger caiu depois de um tempo de briga, sendo seguido pelo clérigo que levou uma espadada pelas costas, Musette nunca tinha visto tanta desonra junto. O paladino conseguiu derrubar uns quatros, mas foi pego pelas costas, os guerreiros quando se viram bem machucados se renderam.
Os mercenários viram a única mulher no grupo e a prendeu, quando estava à mercê deles o mais experiente se aproxima arrancando a blusa dela olhando as costas, vendo a marca ele sorri e começa a comemorar. Musette estava presa e sendo levada sem saber o por que!
O maior erro dos mercenários foi não matar o grupo, os guerreiros se soltaram e logo soltaram todos, curando os feridos e seguindo atrás dos bandidos. Depois de dois dias viajando o grupo encontrou os responsáveis e musette que estava presa em uma arvore.
A missão de resgate foi mais fácil, pegaram os mercenários dormindo, ninguém matou ninguém, afinal queriam respostas. Somente o mais experiente saiu livre e fugido, o paladino tentou correr atrás dele com o ranger, mas resolveram voltar.
Musette estava sendo solta quando os dois voltaram. Eles conversaram com ela e também fizeram perguntas e mais perguntas para os mercenários. Não conseguindo uma resposta real levaram eles para a próxima cidade sobre custodia e prenderam.
A viagem deles continuou por alguns meses, criaturas estranhas que Musette só tinha visto em livros e ouvido em historias eram costumes para os guerreiros.
Depois de muito tempo viajando o grupo parou em Everlund, Musette terminou de escrever o que eles queriam e estava livre para poder seguir por onde desejasse. Sua vontade era ir atrás daquele mercenário para ele esclarecer suas duvidas do porque estavam perseguindo-a e para onde iriam levá-la.
Tinha algum dinheiro e seu equipamento, a vontade de aventura que já era grande agora estava o dobro, a curiosidade para conhecer o resto do mundo maior ainda. Musette estava seguindo para onde Lliira a guiar.