segunda-feira, dezembro 17, 2007

Pacto



“Quem iria chorar por mim? Amigos, quais... aqueles que na vejo? Então a família... Grande família, mas fácil se perder no inferno e os demônios chorarem do que a família...”. Este era o pensamento de Lia, sés olhos fechados viam o que a esperava no futuro, um grande vazio e solitário escuro. Abriu os olhos e pode ver novamente o teto branco, respirou fundo e logo sentiu uma dor aguda no peito, fechou as mãos segurando o lençol, logo ouviu um apito como um aviso, e sem explicação naquele instante à dor começou a ceder, ficou difícil respirar novamente, mas o ar chegava aos seus pulmões. Suas pálpebras começaram a ficarem pesadas e sem nenhum aviso fechou-se, novamente se rendeu ao sono e aos pensamentos que lhe vagavam... Voltou a lembrar de uma semana atrás, estavam felizes, todos estavam, uma grande festa, pessoas correndo para os lados felizes, casais se beijando e Lia num canto sentada, só observando a felicidade dos outros. Uma agonia tomava conta do seu coração uma dor imensa e logo umas palavras podiam ouvidas... “Lia, ela não serve para nada... hahaha nem para animar uma festa!” Aquelas risadas a matavam, assim como as palavras... Lia só virou o rosto para poder ver, seus dois ‘amigos’ comentando sobre a festa, isso foi à gota, levantou-se tentando fazer barulho, mas quem se importava... Começou a caminhar decidida, seguiu para a porta abrindo e olhando para mais uma vez seus convidados, respirou fundo e começou a subir as escadas seguia para a ponta mais alta de sua casa, iriam notá-la, hoje ela seria o centro das atenções, estava decidida. “-Vocês verão...!”. Parando na janela do sótão olhou para baixo vendo a direção, respirou fundo e um único sorriso apareceu em sua face, não pensou duas vezes, abriu a janela e começou a correr, não pensou em nenhum segundo no que falariam depois, afinal o depois não importava... Saiu correndo rápido e pulou, pode sentir o vento batendo no seu corpo somente um grito que não dava para ver se era e felicidade ou de medo. Todos na festa pararam olhando para cima, observando Lia em seu pequeno e momentâneo vôo... As garotas gritavam desesperadas enquanto os meninos olhavam incrédula a cena... Logo o corpo da garota estava sobre a mesa. Para todos não se passaram, mas do que alguns segundos, mas para Lia, para ela foi tempo suficiente. Lia sentia o vento no seu rosto e corpo, mas logo parou, já não sentia mais sua queda, tudo tinha parado, respirou fundo olhando para os lados onde pode visualizar um ser muito belo e ao mesmo tempo assustador, seus olhos pareciam chamas vinda do inferno enquanto sua face era tão delicada e inocente como a de um anjo a voz era doce e sedutora. §Porque esta decisão minha criança, você é tão valiosa para todos... Porque não agüentou firme, afinal você tem capacidade de dar um baile em todos, superar e até se vingar de todas as barbaridades que eles falaram... Isso que julgam ser seus amigos, você não queria ter o poder de magoá-los assim como fizeram há você? Não gostaria de ter o poder para fazer isso? A palavra de aquele ser envolveram sua alma, seu coração começou a bater e olhando para os olhos dele afirmou com a cabeça, tinha um belo sorriso e somente uma palavra saiu de seus lábios. - aceito! O homem sorriu e sumiu, Lia pode sentir o vento novamente e uma grande pancada em seu corpo, mas não morreu... Qualquer pessoa normal teria morrido, mas não ela não agora... Tinha algo para fazer, seu corpo estava doendo muito e isso a fez apagar. Novamente era acordada por passos, Lia abriu os olhos e virou de leve o rosto, pode novamente visualizar anjo com seus olhos de fogo, ficou feliz por vê-lo, afinal fazia uma semana que não via ninguém. O homem sorriu e lhe tocou a testa e sorriu falando. §Esta na hora de você levantar daí... Precisa começar sua vingança. A garota sorri e logo sentiu seu corpo pegar fogo, não conseguiu segurar e acabou soltando um grito alto e contorcendo-se na maca, todos os aparelhos dispararam e logo enfermeiras e médicos entravam ignorando o homem. Todos ficavam surpresos, afinal Lia já não tinha nenhum ferimento, estava completamente curada, esta somente sorriu e falou com uma voz tranqüila e um pouco sombria. - Quero ir pra casa, tenho muitas coisas para fazer. Os médicos até pensaram em não deixar, mas logo algo os fez mudar de idéia dando alta, Lia respirava fundo olhando pra seu anjo de olhos de fogo sabendo que seus dias gloria chegariam.


quinta-feira, dezembro 13, 2007

O vento bate na copa das arvores e a unica coisa que se pode ouvir é o choro de um pequeno ser...

Ser que provavelmente morreria sozinho e abandonado, porque... Seria o grande criador do universo ser tão maligno e cruel?

Não... O grande criador nunca seria cruel e sim brincalhão...

Boa sorte para vocês dois...

Boa sorte Fei e Issa Long...



sexta-feira, novembro 23, 2007

Somente imagem...


Este é o casal Victor Dlacroix e Alicia Law do conto Estatua de Marmore...
Montagem feita por mim...
Espero que gostem
^^
Bjus...
Lacka!

terça-feira, novembro 20, 2007

Estatua de Mármore


Em uma noite de lua cheia, onde só o brilho da lua reinava pelo céu Alicia vagava pelo seu grande campo de lírios, os olhos percorriam cada centímetro deles, mas sua alma vagava a procura de alguém... Respirou fundo e viu um pequeno lírio negro seco, seus olhos se entristeceram e logo o pegou, sem pensar duas vezes tocou na pequena flor seca e aos poucos ia recuperando sua vida logo ficando exuberante como se estivesse ainda na terra.
Por outro lado Alicia sentia-se sem força e caminhou até sua pedra sentando e logo se aconchegando deitando lentamente, seu corpo se aconchegava sobre a pedra enquanto seu corpo, cabelos e olhos iam perdendo a cor.
Não demorava nem um minuto e lá estava a estatua de mármore rosado mais perfeita do mundo, a única coisa viva naquele lugar era o pequeno lírio que ainda se encontrava em sua mão.
Enquanto isso vagando perdido pela noite Victor Dlacroix seguia com seus pensamentos, até sentir um doce aroma no ar, abriu um belo e pequeno sorriso e começou a seguir se guiando pelo perfume.
Os passos eram calmos e firmes como se já conhecesse o caminho pelos lírios, seus olhos percorriam a procura de alguém e quando encontrava aproximou-se tocando suavemente a face.
Victor não podia acreditar, sua mão tentava sentir alguma coisa, mas nada era sentido, não tinha calor, sangue e pode observar que a garota não respirava também. Apesar do vento bater os cabelos antes macios agora não se moviam nem um milímetro.
Um vento gelado podia ser sentido, mas não tinha nenhuma reação, o corpo estava lá inerte como uma bela estatua somente iluminada pelos raios da lua.
Levou a mão até o rosto de Alicia e fechou os olhos por alguns segundo abrindo e com um ar cheio de preocupação, deu um passo para frente olhando-a sem saber o que fazer.
Alicia permanecia parada, sem vida, mas logo Victor pode reparar que o lírio estava em sua mão, à única coisa viva naquela bela estatua de mármore rosada.
Sem pensar duas vezes a mão dele passa de leve passando do rosto para os ombros e seguindo pelos braços descendo até o tocar de leve o lírio, este se move tocando a mão de Alicia que começa a trincar, lentamente a rachadura começa a tomar conta da mão da garota, ficando aquele pequeno rachado.
Não teve nem tempo para pensar, Victor tirou a mão de perto de Alicia e também do lírio que agora caia no chão. As rachaduras seguiam pela mão, por alguns segundos elas param, mas logo começa novamente a subir pelos braços percorrendo agora numa velocidade muito impressionante. Em menos de cinco segundos o corpo todo já estava coberto pelas rachaduras.
Victor ficou atordoado observando as rachaduras cobrirem o corpo de sua amada, em sua mente um único pensamento. “O que eu fiz”, mas mesmo com este pensamento acreditava piamente que não ia perdê-la, não deste jeito.
A estatua rachada agora deixava pequenos grãos de mármore esvaece-se sujando a pedra e os lírios que nasceram quase sobre a pedra.
Por estar tão concentrado em sua amada Victor não percebera o sol aparecendo no horizonte. Os raios começam a tocar a pele dele que o traz a uma realidade com uma grande dor.
Ao sentir a dor em seu rosto, olhou para sua amada, não pensou duas vezes, usando o dom do sangue e cobrindo os dois com uma grande mortalha. Aproximou-se devagar e tocou seu corpo voltando a usar o dom do sangue entrou nas sombras e saiu em uma grande sala da casa de Victor... Fiou olhando para a estatua da mulher amada, ainda sem nenhum movimento.
Não demorou quase nada e os rachados começaram a sofrer o efeito da gravidade e em pouco tempo todos os rachados que estavam voltados para o chão estavam nele, deixando um grande tapete branco de cacos e poeiras de mármore.
Ficou mais nervoso agora realmente não sabia o que fazer até pensou em usar magia, mas temeu que pudesse agravar, somente ficou parado frente a frete ao corpo imóvel e agora em pedaços.
Logo o silencio tomou conta da sala, já nenhum pedaço caia no chão, nada podia ser ouvido, não por ouvidos humanos, mas Victor não era humano, sua percepção era maior e mais aguçada e logo pode ouvir pequenas lentas e baixas batidas de coração.
A mente de Victor voltou ao presente como um estalo ao ouvir o barulho do coração de Alicia, ajoelhou-se devagar para ver se este batia realmente, com um pouco de medo tocou o peito de Alicia e fechou os olhos. Pelos dedos Victor pode sentir o coração da garota batendo bem de leve.
Alicia começava a sentir se sangue voltar a fluir, logo uma necessidade veio a tona, não sentia o ar abriu os olhos de uma vez e puxou o ar respirando.
Vendo sua amada respira e novamente se mover, abriu um pequeno sorriso, tocou seu rosto de leve.
Lentamente virou o rosto para a direção do de Victor, via a imagem de seu amado aparecer, o coração que antes batia devagar agora estava acelerado, seu lábio se entre abriram e falou baixo.
- Amo-te!
Victor sorriu e beijou os lábios de Alicia e a abraçou, sem pensar duas vezes a pegou no colo e levou para o quarto fechando as portas deixando o corredor vazio se escurecer por completo.

segunda-feira, julho 02, 2007

Victor e Isabela... conto em 3 partes

Capítulo III - O Imprevisto final.

O tempo ia passando e logo o sol começou a surgir, Victor já estava em pânico afinal sua amada ainda não tinha levantado para a nova vida que tinha lhe dado. Não conseguia mais se segurar e acabou adormecendo ao lado dela, temia perde-la e segurou forte a mão direita dela.
Logo que o sol sumiu Victor despertou olhando para os lados, procurava Isabela pelo quarto, mas não a achou. Tremeu de medo.
- ISABELA!
O grito pode ser ouvido pela casa toda, trazendo todos os empregados até o quarto. Victor estava com o rosto marcado por trilhas de lagrimas de sangue, ele tremia de desespero. Olhou para o André e ajoelhou-se no chão.
- Onde esta Isabela?
- Não sei meu senhor. Não vimos ninguém saindo daqui nem andando pela casa.
Quando André parou de falar Victor ouviu um barulho baixo, olhou para os lados e logo levantou a cabeça limpando o rosto, moveu o dedo até os lábios e fez com que todas as pessoas ficassem quietas.
Não demorou muito Victor estava seguindo o nada, era um barulho baixo de algum animal, olhou para André com cara de curiosidade, sem tirar a expressão de tristeza.
- Algum animal entrou aqui?
- Animal? Não senhor!
Seguiu para direção da cama onde se ajoelhou de novo e começou a olhar para baixo, logo se virou para André fazendo uma cara brava e se enfiando para debaixo da cama, não demorou muito tirou de lá um pequeno gato negro de olhos cor do céu.
- Nenhum animal? O que é isso?
- Ah, não sei senhor, não imagino como tenha entrado.
O gato no colo de Victor pareceu se aconchegar nele, mas algo era diferente, antes que Victor pudesse agir o gato cravou as pequenas presas em sua mão sugando um pouco de sangue.
A primeira reação foi de jogar o pequeno felino no chão e olhou para André com um olhar assustado, o homem olhou para ele curioso e indicou para o gato que ao cair no chão começou a se transformar. A transformação foi lenta e assustadora para a maioria dos presentes, alguns fugiram assustados e outros pararam estáticos sem saber o que fazer.
Victor não conseguiu pensar direito, estava vendo sua amada surgir de um gato negro. Ele parou por instantes fechando o punho.
- Saia daqui André e leve todos... Fiquem na cozinha. Vá é uma ordem!
André não pensou duas vezes em desobedecer às ordens do seu amo, levou para todos deixando Isabela e Victor no quarto fechado. A garota nua olhava para Victor sem entender, este podia ver claramente as presas na boca dela, parecia faminta.
Victor se abaixou e esticou o pulso já com pequenos cortes, balançou a cabeça e murmurou.
- Calma, vou te ajudar!
Isabela caminhou até ele, não estava prestando a atenção, levou a boca até o machucado dele e começou a sugar o sangue do rapaz. Não demorou muito e Isabela soltou a mão dele. Victor sentado no chão olhando para ela com ar de duvida.
- O que aconteceu?
Isabela olha para ele, com os lábios rubros ainda abaixa a cabeça.
- Não sabia o que você era e também não sabia o que ia fazer comigo. O que vai fazer comigo meu amor?
- Realmente, não sei ainda. Não esperava esta transformação, não esperava encontrar uma gata.
Isabela deixou uma lagrima cair e balançou a cabeça.
- Quer que eu vá?
Victor sentiu seu coração ser apertado com tal proposta, fez uma cara feia e a segurou pelo braço direito e puxou-a para perto colando os corpos.
- Nunca! – A voz era brava, a ajeitou nos braços e beijou seu rosto lambendo a lagrima dela. – É minha amada e vai ficar comigo.
- Jura!
- Sim.
Isabela e Victor sorriram felizes. Com muito custo e problemas seguem a vida. Isabela aprendeu a viver como Victor enquanto ele aprendeu a viver com ela, as transformações e às vezes os problemas que isso causava. Ele nunca contou sobre Margareth, mas agora estava mais feliz, se sentia inteiro.

quinta-feira, junho 28, 2007

Vitor e Isabela... Conto em 3 partes...




Capítulo II - A Transformação.
Victor ainda estava em seu quarto quando ouviu o barulho do celular, caminhou preguiçosamente ate a mesinha de cabeceira e olhou o numero desconhecido. Fechou os olhos abrindo o celular e falando com uma voz mais acordada.
- Pronto!
Do outro lado, Isabela olhava para o chão, na face à expressão de preocupada, que sumiu assim que ouviu a voz de Victor, um belo sorriso se abriu, mesmo que ele não pudesse ver.
- Victor, é a Isabela... Você me ajudou a duas noites lá no Blood Rose!
Ela temia que não a reconhece-se, mas Victor estava ansioso pela ligação dela, afinal queria rever os olhos de Margareth e sentir novamente os lábios de Isabela.
- Isabela, que surpresa esta ligação. Esta tudo bem com você? Porque demorou tanto a ligar?
- Bem, eu acho que fiquei com um pouco de receio, afinal no começo eu fui tão... –Para sem saber o que dizer, olhando para os lados, mordendo o lábio inferior, solta o ar que tinha preso a pouco e fala num tom baixo. – Seca, mas eu estou bem sim e você?
- Deixa disto menina, o que vai fazer hoje? –Victor não podia deixar a oportunidade passar, afinal já fazia dois dias que ‘sonhava’ em reencontrar Isabela. – Esta passando uma peça de teatro maravilhosa, é uma comédia romântica sobre dois casais que se encontram e acabam se apaixonando uns pelos outros e também tem um rapaz que vive atrapalhando, me falaram que é engraçada, deseja ir comigo?
Isabela fica estática com tal pedido, afinal desejava ver aquela peça, mas os ingressos já estavam esgotados e ficou pensando como ele tinha conseguido, mas sua resposta foi automática e rápida.
- Sim! –Riso. – Ah, quero ir sim Victor!
Um sorriso abriu nos lábios de Victor e se espreguiçou.
- Perfeito, começa umas nove horas, passo na sua casa umas oito e vinte ai nos podemos conversar antes da peça começar, ai saímos para jantar, que tal?
- Programa maravilhoso Victor, nem sei como agradecer isso.
- Hum, seja você!
Isabela riu no telefone e olhou no relógio.
- Então vou desligar para poder me arrumar. Beijos Tchau!
- Perfeito, logo agente se vê linda. Tchau... E beijos também.
Isabela correu para a direção do banheiro tirando a roupa e indo pra debaixo do chuveiro, nem se lembrava que tinha marcado de sair com uma amiga para ir ao cinema, estava toda sorridente.
Enquanto Victor estava parado quieto olhando para o nada, moveu os olhos para os lados e parou sobre uma grande pintura de uma mulher ruiva de cabelos longos e olhar ao mesmo tempo sedutor e carinhoso.
- Margareth!
A voz saia um pouco saudosista, caminhou devagar para direção do telefone, discou um numero e passou cinco minutos falando com alguém, assim que terminou caminhou para o banheiro se preparando para seu tão esperado encontro.
Isabela preparou sua roupa, um tubinho preto simples e muito sensual, não sabia por que se preparava tanto, mas sabia que queria impressionar Victor. Prendeu metade do cabelo deixando alguns fios soltos, a maquiagem era simples e delicada realçando os olhos dela.
Já Victor colocou uma calça social preta e uma camisa chumbo, por cima da blusa um colete preto combinando com a calça, o sapato era preto combinando com o cinto. Tinha que impressionar Isabela, em todos os sentidos.
O tempo passou e logo já eram oito horas e Isabela já estava na porta esperando ansiosa à chegada de Victor, seu irmão Gustavo não entendia o porquê daquela ansiedade.
Dez paras oito Victor entrou no Vectra prata e seguiu em direção a casa de Isabela, não demorou muito e já estava no portão da garagem, olhou para frente e ficou pensando alguma coisa, logo saiu do carro e tocou a campainha, deixou a porta aberta. Dentro da casa Isabela correu agitada, beijou o rosto da mãe e saiu ajeitando o vestido.
Quando o portão se abriu e Victor pode visualizar Isabela ficou estático, caminhou até sua direção e segurou a mão.
- Esta linda!
Isabela sorriu e beijou o rosto dele, olhou em seus olhos e voltou a olhar para os lados.
- Vamos?
Victor afirmou com a cabeça e caminhou para direção do Vectra abrindo a porta para ela, respirou fundo e ajudou ela a entrar no carro, logo seguiu para direção do motorista e começou a seguir para o teatro. Tinha muitos carros no estacionamento, era uma peça que muitos queriam ver, Victor parou na porta e logo entregou a chave para motorista, segurou a mão de Isabela e começou a seguir para direção da sala.
Ao chegarem a seus lugares Isabela se mostrou bem encantada com isso, respirou fundo e sentou-se. Não demorou muito para a peça começar. O tempo passou para todos no teatro, a peça era uma comédia. Isabela ria muito enquanto Victor mantinha seu olhar fixo na garota.
Assim que a peça acabou os dois se levantaram, Isabela começou a caminhar para direção da saída, mas foi impedida por Victor que a segurou pela mão e começou a puxá-la para direção do palco.
- Vamos ver os atores.
- Ah! Claro.
Os dois seguiam calmamente para direção dos camarins, logo chegaram à porta. Victor parecia conhecer bem o lugar e também os atores, pois entrou calmamente e olhou para dentro, sorriu e caminhou cumprimentando todos. Os dois casais estavam bem felizes e também pareciam contentes com a visita de Victor, mais ainda a atriz principal uma mestiça de japoneses e russos que se chamava Kamila Yzamaru.
Isabela se encantou com todos, mas logo começou a ficar com ciúmes, pois Victor e Kamila passavam muito tempo juntos e afastados. Quando Victor percebeu deu um pequeno sorriso para Kamila, mas logo despediu e se aproximou de Isabela abraçando-a por trás e falando com os lábios roçando a nuca.
- Vamos?
Isabela tremeu toda se arrepiando e abaixando o rosto ficando um pouco sem graça. Afirmou a cabeça e olhou para ele.
- Sim, vamos!
Os dois se despediram de todos e foram para a saída, Victor mantinha o corpo de Isabela bem colado no dele, os olhos sempre carinhoso assim como as ações. No carro ele abriu a porta como todo o cavalheiro e ajudou-a entrar. Isabela se encantava cada vez mais com as ações de Victor.
Seguiram para o restaurante não muito longe do teatro, era um lugar muito requintado. O metrie aos recebeu na porta e logo os levou para a mesa. Não demorou muito o garçom já estava anotando os pedidos. As bebidas chegaram logo e em seguida os pratos que tinha pedido. Isabela sorria feliz e apaixonada enquanto Victor mantinha os olhos nos da garota.
- O que foi Victor?
- Nada linda só seus olhos que me encantam!
- Serio?
- Sim, você é perfeita... E estes olhos me deixam perdidos no paraíso e trancados no inferno quando não posso vê-los. – Victor mesmo não precisando respirou fundo e se mostrou um pouco sem graça. – Gostaria de lhe fazer um pedido, sei que será um pouco indecente, mas preciso fazer este pedido. – Falava baixo ainda com os olhos fixos nos dela. – Fica comigo esta noite! Na minha casa só eu e você.
A proposta pegou Isabela desprevenida, corou e abaixou a cabeça em seguira, respirou fundo e ficou muda por alguns segundos. Victor quando viu a reação temeu e logo se levantou indo para direção dela e tocando seu rosto de leve com a mão direita. Delicadamente levantou seu rosto para poder olhar em seus olhos.
- Não se esconda de mim... – Victor falava com uma voz doce. – Isabela foi só um pedido indecente, pode e tem todo o direito de negar. Não quero te obrigar a nada minha querida.
Isabela respirou bem fundo e se levantou ficando próxima de Victor, os olhos se encontraram e ele pode notar o brilho carinhoso de Margareth. A mão direita de Isabela tocou o ombro dele e logo desceu até sua mão esquerda e logo entrelaçou os dedos segurando firme. A mão esquerda tocou o rosto e sussurrou com muito carinho e bem baixinho.
- Quero ficar com você!
Victor abriu um belo sorriso e quando ia começar a se afastar Isabela segurou de leve o rosto dele e beijou seus lábios de uma forma mais intensa, sem planejar nada Victor acabou sussurrando baixinho entre o beijo.
- Te amo!
O coração de Isabela batia forte e logo fechou os olhos, seu rosto mostrava bem a felicidade que sentia naquele momento. Ficou na duvida, mas logo decidiu, moveu o corpo devagar e tocou os lábios no pescoço dele, a voz dela pode ser ouvida bem baixinha, roçando e deixando Victor perdido no tempo.
- Vamos embora!
Victor afirmou com a cabeça e olhou para o garçom fazendo um movimento leve com a mão, este não demorou a trazer a conta. Logo Victor já tinha pagado e já estavam saindo. O braço direito estava envolvendo a cintura de Isabela mantendo-a colada nele, todos podiam ver que os dois estavam bem apaixonados.
Seguiram para a casa dele rapidamente, não estavam pensando muito em nada, só queriam chegar logo. Passaram por ruas e rua escura, não demorou muito e Victor já parava na porta da casa, nem guardara na garagem.
Ao chegarem Victor abriu a porta para Isabela, mas não a deixou descer e sim a pegou no colo sorrindo e caminhando para direção do quarto. Isabela abraçava-o forte mantendo os corpos colados e sempre beijando seu pescoço.
Victor se encaminhou diretamente para o quarto, a colocou na cama e acariciou seu rosto.
- minha querida!
Falou com voz delicada e acariciou seu rosto começando a beijar e a acariciar seu corpo tirando sua roupa, não demorou muito e Isabela já estava nua. Lentamente Victor começou a se despir exibindo-se para ela.
Ambos estavam nus e começaram a se tocar, as mãos dele descobriam o corpo de Isabela e as mãos dela percorriam os dele. Os lábios exploravam cada centímetro dos corpos. Não demorou muito e Victor a possuiu com muito amor.
O tempo ia passando e Isabela se contorcia de prazer, os gemidos iam aumentando cada vez mais, o olhar de Victor era bem carinhoso. O prazer começou a tomar conta do corpo de Isabela que já não se agüentava mais, sem se segurar teve um orgasmo arranhando as costas de Victor. Este não resistiu a tão visão e mordeu o lábio inferior, o cheiro que Isabela tinha o enlouquecia, não se controlando sentindo as unhas de Isabela, Victor abaixou o rosto na direção do seio direito e deixou as presas aparecerem e cravou na pele macia dos seios. Victor sugava aquele sangue cheiro de prazer e amor, isso o embriagava. Envolveu-a com os braços e a puxou para perto e continuou sugando cada vez mais.
Quando Victor saiu do transe que estava abriu os olhos vendo o corpo dela já pálido e quase sem respirar, apertou-a contra o corpo e murmurou baixo.
- Mil perdões!
A ajeitou nos braços e cortando a língua a beijou fazendo com que o sangue lhe ofertasse outra vida para ela.
- É só minha agora Margareth!
Acariciou o rosto dela de leve observando o rosto. Victor passou o final da noite olhando para Isabela, esperando ela acordar. Ajeitou-a na cama e sentou-se do lado, seus olhos não conseguiam se afastar dela.
Isabela inconsciente não conseguia se manter como tinha que ficar logo começou a transformar. O corpo foi diminuindo e o pêlo começou a crescer cobrindo todo o corpo da garota que aos poucos se transformava para uma pequena gata.

domingo, junho 24, 2007

Vitor e Isabela... Conto em 3 partes...





Capítulo I - O encontro.
Victor estava parado na esquina da Av. 14 com a Rua 27, seus olhos negros estavam fechados, os carros passavam e iluminavam aquele ser exibindo sua roupa fina um, sobretudo negro de couro, uma calça preta e uma camisa cinza escuro, os detalhes só podiam ser vistos muito de perto. O cabelo na altura do queixo estava solto, deixando alguns fios rebeldes voando pelo seu rosto.
Estava frio de mais para qualquer pessoa andar pela cidade, menos para Victor, ele parecia mal respirava, a fumaça de ar quente mal era vista. Quando o semáforo ficou verde ele pode ver os carros passar por ele, balançou a cabeça imaginando para onde iriam, para os braços das esposas ou das amantes... Para o trabalho, diversão ou como ele a procura de comida. Com passos lentos começou a caminhar assim que o último carro passou e iluminou seu rosto.
Não tinha um destino pré-definido, estava andando por onde o vento o levasse, sabia onde encontrar muitas pessoas, afinal não tinha muito lugar para ir naquela cidadezinha. Parou por alguns segundos no meio do quarteirão pensando porque ainda estava naquela cidade minúscula, balançou a cabeça e deu um riso alto abaixando a cabeça.
- Malditos... Será que nunca vão esquecer?
Voltaram a caminhar agora com um sorriso cínico no rosto, os olhos se fechavam por alguns segundos, ao chegar à esquina nem parou, mesmo sem olhar para os lados seguia na mesma velocidade que antes. As pessoas que viram ficavam boquiabertas, afinal a Rua 26 era toda fechada, não dava para ver o carro se aproximando de longe, Victor nem ligava confiava em seus instintos.
Ia seguindo para a direção do centro, sempre olhando para frente. Ao chegar próximo a uma danceteria e ficou olhando para a grande fila que tinha na entrada, deu um belo sorriso e passou a mão arrumando o cabelo atrás da orelha, passou ao lado da fila analisando cada garota e garoto que lá estava. Parou do lado de um casal, pareciam irmãos... Loirinhos de olhos azuis e pele branca, ela de vestido ate o joelho branco com florzinhas rosa e ele com calça jeans e blusa pólo.
- Querem entrar?
O rapaz olhou para Victor e balançou a cabeça.
- Claro, mas ainda vai demorar!
- Eu entro vocês rápido... Querem ir? Não gosto de entrar sozinho!
A garota segurou o braço do irmão e balançou a cabeça negando, o rapaz que já estava a algum tempo na fila nem relutou.
- Claro, vamos lá... Eu sou Gustavo e esta é Isabela!
Victor maneou a cabeça cumprimentando Gustavo, quando olhou para Isabela foi como se o tempo tivesse parado, ficou olhando para os olhos dela, levantou a mão delicadamente tomando a dela e fez movimento de beijar, sorrindo.
- Prazer Gustavo e estou encantado senhorita... Alias você tem um lindo nome... Vamos!
Ele indica para os dois saírem da fila e seguirem com ele, chegando à porta Victor só da um sorriso para o porteiro que os deixa entrar, na fila todos começam a chiar, mas nem Victor nem o porteiro ligam para isso. Gustavo e Isabela seguem com ele, a garota ainda fica um pouco afastado do homem, mas também sentiu seu coração batendo forte quando viu os olhos dele.
O destino parecia estar brincando com ele, apresentar uma garota com os mesmos olhos que Margareth... Há tempos não via aqueles olhos em ninguém, passou séculos procurando, queria poder sentir novamente os braços dela, sentir o cheiro, Victor ficou por algum tempo pensando no passado, lembrando de como aconteceu às coisas, mas acordou a tempo de ver o que estava acontecendo. Fechou os olhos e balançou a cabeça.
- Como!
Não sabia quanto tempo ficou parado lá, passou a mão nos cabelos e fechou a cara e ficou olhando enquanto caminhava. Mais na frente estava Isabela no meio de uma roda que tinha mais ou menos uns cinco homens, todos com seus copos de uísque e trançando as pernas. Victor pensou uma coisa e fechou o punho com raiva seguindo para a direção deles. Caminhou até a confusão enquanto analisava para ver quem era o ‘líder’.
Na rodinha os cinco começavam a tocar nos cabelos de Isabela, que desesperada tentava sair daqui o mais rápido possível.
- Me deixa ir... Não toque em mim!
A voz de Isabela podia ser ouvida claramente por Victor, mesmo com aquele barulho de musica eletrônica ecoando pelo lugar. Chegando perto ele não pensa duas vezes, com a mão direita fechada da um soco no rosto do rapaz mais atirado, olhando bravo e com os olhos meio amarelados ele fala num tom intimidador.
- Sumam!
Os rapazes bêbados já não tinham muito controle de seus atos, com tal situação não tiveram outra opção a não ser sair correndo deixando os copos caírem no chão. Victor aproxima-se de Isabela e acaricia o rosto dela preocupado.
- Esta tudo bem?
- Sim! – tentou mentir olhando para ele, mas estava nervosa com a situação. - Preciso do meu irmão, eu quero ir embora!
- Calma, não fique assim, estou aqui para te ajudar, não poderia deixar uma menina ser atacada e não fazer nada.
Isabela fica corada e balança a cabeça sorrindo segurando a mão dele e se aproximando.
- Obrigada Victor... Você foi meu herói agora.
Os dois caminharam para um canto, ele ficou a conversar com ela pela noite inteira, quando deu umas cinco e vinte, seu relógio apitou informando o horário, Victor olhou e virou-se para ela.
- Minha bela Isabela. – rio – Tenho que deixar você aos cuidados do seu irmão... Só lhe peço uma coisa, alias... Imploro-lhe!
Ficando corada olhou para ele.
- O que?
- Um beijo!
Isabela abaixou o rosto, mas acabou afirmando cheia de vergonha, para ele, foi o ápice. Ver uma beleza daquela cheia de timidez, ainda mais nos dias de hoje. Victor se aproximou acariciando o rosto dela e tocando os lábios, não resistindo deu um longo e demorado beijo, puxando-a contra o corpo e mantendo-a bem colada em seu corpo, pode sentir o coração dela batendo rápido e também seu corpo tremesse.
Victor não queria, mas tinha que deixa-la, no ultimo abraço deixou com ela um cartão com seu celular, afinal tinha que vê novamente. Sorrindo começou a sair do clube, seguindo para seu refugio, não tinha se alimentado, mas não importava muito... Estava feliz, pois tinha a certeza de ter encontrado novamente Margareth.
Saindo do clube caminharam uns dois quarteirões, no terceiro já virou um pequeno borrão visto por alguns segundos. Chegando a seu refugio na Rua 6 com a Av. 35 subiu as escadas e foi direito para o seu quarto, parou num criado mudo escrevendo. “Alimentar-se amanha!” Victor chegou à cama e deitou fechando os olhos e sonhando com Isabela/Margareth.

sábado, junho 16, 2007

Sabedoria dos Carvalhos Assombrados


Vim aqui contar a historia de Sabedoria da Dor um Senhor das Sombras theurge que com muito esforço conseguiu o que poucos ousaram tentar.
Era noite dos sem luas, os espíritos estavam brincalhões e travessos poucos conseguiam seques a atenção necessária para uma informação importante ou um pedido de ajuda.
No caern todos preocupados com a situação. Estavam cercados e ninguém entrava ou saia, por mais que tentasse os Dançarinos estavam fortes naquele momento, muitos acabavam perecendo tentando atravessar ou até mesmo tentar chamar ajuda, por incrível que pareça!
Igor Sangue nas Patas urrava de ódio, pois por mais forte e poderoso não conseguia varar a segurança dos inimigos, estavam resistindo, mas ninguém sabia por quanto tempo.
Sabedoria um lupino que poucos davam moral teve uma idéia, ousou falar para o mestre de rituais, mas não conseguia chegar perto dele.
Com muita coragem e fé em Gaia Sabedoria foi para a umbra, arriscando-se já que era um lugar cheio de espíritos da Wyrm e dançarinos. Olhou para os lados e sentiu um frio percorrer sua espinha, viu sua vida passar pelos seus olhos, mas sentiu que ali estava a salvação.
Com muita habilidade conseguiu se esconder até sua busca terminar. Ficou pelo menos duas horas parado embaixo de uma raiz de um grande carvalho. Respirou fundo soltando um ganido, com a pata direita fez um grifo na raiz e olhou para a lua.
Enquanto ficou por entre as arvores começou a conversar com elas, falava pouco e também brincava com elas, por duas horas as fez acordarem e por fim concordarem com o que tinha planejado.
Mesmo numa noite sem lua Sabedoria conseguiu convencer que se os Dançarinos chegassem lá dentro elas seriam arrancadas, torturadas e por final seriam presas em alguma coisa para servir contra a própria mãe Gaia.
Já era hora. Seus olhos se encheram de água e uma única lagrima escorreu rolando pelo seu rosto e caindo no chão, sobre a raiz do grande carvalho, o único que não estava acordado.
Sem ter mais o que fazer Sabedoria correu por entre as arvores, estas se moviam como se tivesse muitos a passar, enquanto as do outro lado sem saber o que acontecia se moviam também, achando engraçado o que estava acontecendo.
Sabedoria começou a latir, ganir e rosnar, fazendo sons estranhos e muitas vezes aterrorizantes. Os pássaros ouvindo o barulho não conseguiram se segurar e entraram na brincadeira repetindo o mesmo barulho, afinal muitos Dançarinos estavam intrigados e com medo.
Logo na penumbra estava àquela bagunça, as arvores se movendo e os pássaros fazendo barulhos assustadores para qualquer um, até mesmo os irmãos de caern de Sabedoria estavam com receio, muitos saíram da umbra.
Os dançarinos começaram a procurar o que estava acontecendo e alguns acharam Sabedoria, mas estes logo foram presos e mortos por galhos do grande Carvalho que tinha despertado.
Não demorou muito e os Dançarinos se sentiram acuados e temendo a retaliação do caern saíram correndo com os rabos entre as pernas. Sabedoria estava cansada, afinal passou horas e horas correndo. Os espíritos se moviam e ganiam ainda, mas ele não se importava mais, acabou adormecendo no seu esconderijo.
O grande carvalho protegeu e aconchegou-o em suas raízes e também avisou ao mestre de rituais do caern o que tinha acontecido.
Depois de um dia o reforço chegou, assim como os Dançarinos que tinham fugidos antes. A batalha foi sangrenta e muitos se perderam, mas Sabedoria não participou desta batalha, o grande Carvalho não deixou afinal ele foi o único que conseguiu afastar os dançarinos da Umbra.
Igor Sangue nas Patas matou vários dançarinos e fumoris, assim como muitos outros garous que protegiam a terra. Na penumbra ninguém se atrevia a entrar, pois os espíritos ainda estavam naquela loucura que Sabedoria tinha incitado.
Quando a lua apareceu no céu mostrando-se timidamente e os espíritos assim recobraram sua lucidez normal contaram para todos o que tinha acontecido. Assim Sabedoria da Dor passou a ser conhecido como Sabedoria dos Carvalhos Assombrados, já que os Dançarinos na terra berravam por todos os lados que na penumbra tinha assombrações de antigos garous.

quarta-feira, junho 13, 2007

Sonho ou Lembranças?

O véu branco se movia deixando só a mostra a silhueta da grande construção, devia ter no mínimo três andares e o teto ovalado, atrás do véu só a saudade e também o medo faziam o coração bater mais forte.
Procurou olhar para os lados, mas tudo era novo demais, não sabia o que fazer e nem como... Apertou as mãos até ouvir os estalos e logo soltou um longo suspiro. Só tinha certeza de uma coisa... Estava em casa.
Sua mente vagava pelo tempo e espaço, tinha certeza da guerra, mas não sabia o por que. Temia ser o culpado e chorava pelas manchas de sangue invisíveis em suas mãos. Pensou duas vezes antes de seguir, mas o campo de batalha impedia.
Não suportava ver mais as pessoas se matando, irmãos contra irmãos, seria uma briga de família... Que família, qual época e quais motivos! Ninguém sabia muito menos ele.
Sua mão esquerda segurava a espada, seu braço já estava doendo, queria soltar, mas não iria... Tinha que proteger... Proteger.... Sua terra, sua amada seus filhos, sua vida... Seu legado.
Para ele isso era importante... Seu legado, o ensinamento a muito custo aprendido. Sua força vinha disto, não devia largá-lo, era sua obrigação, o seu grande fardo... Devia morrer para proteger.
No fim foi isso que aconteceu, seus amigos, companheiros e professores não conseguiram sobreviver. Mas o que era tão importante para valer a vida de tantos, Foi protegido sobre o véu branco, sobre o sol vermelho se escondendo na terra antes marrom agora vermelha de sangue de familiares.
Enquanto os anjos choravam tal atrocidade o guerreiro sorria, pois tinha cumprido sua missão.
28/01/2007

sexta-feira, junho 08, 2007

Lais Catarina Kastin! Ventrue 10ºgeração

Os olhos mel de Lais pairam sobre o jardim, já eram oito horas e começava a fazer frio, virou o rosto para Antonio. “-Mande o Pierre para dentro, esta esfriando!” Falava observando novamente o pequeno garoto de 5 anos que corria pelo jardim. Abaixou a cabeça e fechou os olhos lembrando do passado... Passou a mão nos cabelos e caminhou até uma poltrona, ao sentar foi tragada pelos pensamentos antigos.
Podia sentir os raios de sol tocando sua pele, enquanto seu olhar percorria aquele mausoléu antigo. Suspirou e começou a correr, claro a curiosidade sempre batia mais forte em seu coração. Realmente Lais não tinha muita cabeça na época.
Invadiu o mausoléu observando, todos falavam que era abandonado e mal assombrado, coçando a cabeça pulou uma janela e se deparou com um lindo piano, passou o dedo pelo piano constatando que não tinha sujeira, logo temeu que alguém a achasse, mas quem morava lá se ninguém via ninguém entrar.
Ainda tinha sol, mas já era tarde, estava para anoitecer, então Lais sabia que tinha que ser rápida... Seus passos percorriam o salão de musica seguindo pelos corredores, mordia o lábio inferior com um pouco de medo, respirou fundo subindo as escadas... Suas mãos tremiam ao chegar à maior porta do mausoléu.
Olhando para a maçaneta levou a mão até ela, virou devagar para não fazer barulho, respirou fundo e segurou a respiração para poder abrir a porta sem fazer nenhum ruído. Os olhos dela procuravam a luminosidade de dentro, mas não existia... Soltou a respiração e começou a andar devagar, queria poder voltar no tempo para não fazer isso, mas já tinha feito e agora tinha que conviver com isso... Passou do batente e olhou para dentro, estava escuro e seu coração batendo mais forte.
Com a mão direita tentou achar o interruptor para ligar a luz, mas só sentiu algo a puxando para dentro. Ela foi jogada sobre uma cama, seu coração batia forte, tentou falar, mas só gaguejou tentando descobrir o que era... Sentiu alguém tocar seus ombros e a prender na cama, tentava ver quem era, mas estava muito escuro. Só ouviu uma voz melodiosa falando baixo: “Você sabe qual é a punição por invadir a casa dos outros?” Lais temeu de medo balançando a cabeça lentamente. Ultimamente ela sabe qual é a punição.
Esta foi a ultima vez que Lais viu a luz do sol e sentiu seu coração bater. Nunca mais ele a deixou sair do mausoléu... Ensinou ela a sobreviver pela noite e há passar muito tempo sozinho.
Lais foi puxada pela realidade com o toque de uma pequena mão nas pernas, lá estava Pierre com seus olhos azuis fixos na garota. “-Mãe... Quero brincar lá fora...” Balançando a cabeça e dando tapinhas na bunda dele. “-Vai tomar banho e jantar!” Sorria para o menino e fechou os olhos, lembrou de como achou ele.
Era inverno e Lais estava andando sozinha pela cidade, ouvia algumas pessoas falarem alto e gritarem balançou a cabeça e continuou a caminhar sentindo o vento gelado bater em seu corpo, sua atenção foi chamado somente por um casal, um homem grisalho e uma garota de no maximo 15 anos, ele a segurava forte, Lais pode sentir o cheiro do vitae invadindo sua narina, fixou os olhos nos dois, logo o homem saiu deixando a garota semi morta no chão.
Caminhou até a garota e olhou para baixo, parecia estar olhando no espelho, viu claramente sua face na face da garota, os olhos mel agora vidrados e também os cabelos castanhos, abaixou os olhos vendo a barriga. Ficou com um pouco de repulsa do homem e balançou a cabeça... Havia sangue ainda na mulher, mas ela não iria sobreviver, muito menos o bebe. Pegou o celular e ligou para uma ambulância e falando da garota, os deixou a levarem para o hospital...
Voltou para casa, mas sua mente estava na garota... Sentiu sua mente a torturar, pensou nos pais e no irmão... Não conseguindo dormir chamou Antonio seu fiel servo. Mandou que ele fosse ao hospital ver a garota e seu filho. Mais ou menos meia noite Antonio chegou com duas noticias, a primeira já esperada, a mulher estava morta, já a segunda a pegou de surpresa, o bebe estava vivo... Lais tremeu e se trancou em seu escritório.
Seus negócios estavam indos de vento em polpa... Sua casa noturna estava rendendo muito e também tinha policias ajudando na segurança, estava tudo certo, mas o menino ficava em sua mente. Quando passou uma semana Lais tomou a decisão de descobrir quem eram aqueles dois.
Na noite seguinte chamou Murilo Peres um policial que tinha contato e pediu para ele descobrir quem eram aquelas pessoas. Não demorou três dias e ele voltou com um relatório, realmente a garota era sua sobrinha e o filho dela a ultima geração da sua família. Lais agradeceu e pagou pela informação como sempre.
Deixou passar mais duas semanas e mandou Antonio pegar o menino, pois iria criar, afinal não deixaria sua família acabar ali. Tinha pensado muito naquelas semanas e sabia que iria ter problema, mas superaria isso como sempre superou. Demorou um pouco, mas conseguiu dentro da lei adotar o menino e desde então ela o protegia com todas as garras.
E agora depois de cinco anos Lais sorria tranqüila, afinal tinha sua família e seguia sua ‘vida’... Ainda não tinha decidido o que iria fazer com o menino quando este crescesse, mas deixaria o tempo decidir.

terça-feira, maio 29, 2007

Maria.

Os olhos de Maria estavam cheios de água, não queria ver mais ninguém. Respirava e inspirava porque o corpo assim desejava sua alma e seu coração já não queriam estar naquela situação.
Fechou os olhos assim como as mãos, desejou com todas as forças voltar para o passado e poder reescrever o que tinha acontecido. Abaixou a cabeça e logo sentou no chão, as lágrimas caíram devagar manchando seu rosto e também molhando o chão com as pequenas gotas que caiam.
Por segundos parou de respirar e sua mente ficou em branca, ninguém sabia o que se passava nela, a sua volta muitos amigos observavam sem saber o que fazer nunca ninguém viu Maria daquele jeito.
Depois de uns vinte minutos conseguiu abrir os olhos e afrouxar as mãos, gotas de sangue começaram a cair lentamente por entre seus dedos até o chão.
Paulo se aproximou, mas logo foi segurado, a cabeça começou a se mover na direção dele. A voz de Maria pode ser ouvida bem baixa.
- O que foi?
Ninguém teve coragem de falar. Suas amigas mordiam o lábio inferior e seus amigos olhavam para os lados, foi neste instante que resolvera sair dali, mesmo não sabendo para onde ir. Seus passos eram firmes, ainda desconhecendo o caminho.
Olhou para trás e pode ver todos quietos observando-a, suspirou e continuou a caminhar se afastando, mordeu um pouco a língua e chutou uma pedrinha.
- Maldição. Por que comigo?
Parou encostando-se em uma pilastra e olhou para cima, parecia procurar alguma coisa, piscou e logo começou a forçar a vista, queria achar e logo achou, abriu um sorriso. O primeiro de muito tempo.
- Você esta ai!
Começou a caminhar novamente só que agora olhando para cima, a respiração seguia pesada, logo abaixou o olhar e parou antes que pudesse acertar alguma coisa. Mesmo sem olhar para lugar nenhum nem ver se tinha alguém do seu lado.
- Onde estão os outros?
Ninguém respondia, nem tinha porque responder, afinal a pergunta não tinha sido feita para responderem.
- Quero os outros, não quero ficar sozinha aqui.
Sua voz agora tinha um tom de tristeza que nunca ninguém ouviu. Foi levantando o rosto devagar e pode olhar para o céu, fechou a mão novamente segurando forte, as unhas voltaram a machucar sua palma e novamente a sangrar.
- CADE?
O grito pode ser ouvido por todos, tremeu e ajoelhou-se deixando outras lagrimas caírem, mas logo pode ouvir os passos atrás, tentou se controlar e começou a se levantar quieta limpando as lagrimas, mas deixando as marcas de sangue em seu rosto.
Paulo que estava próximo correu até ela e a abraçou forte, o corpo de Maria tremia ao contato do corpo de Paulo, sua mente voltou rapidamente para o presente, olhou para ele com um olhar triste e perturbado.
- O que aconteceu, porque não estou com eles?
Não sabendo o que responder Paulo só passou a mão em seu rosto e suspirou encostando a cabeça dela no ombro e murmurando baixinho, só para que ela ouvisse.
- Tem coisas que só os Deuses sabem responder.
Maria abaixou a cabeça encostando-se no ombro dele e abraçando-o forte, querendo proteção, estava já cansada de tudo parecia não querer mais lutar. Paulo tentava dar a proteção que ela queria, mas sabia que não conseguiria nunca manter isso, abaixou a cabeça e acariciou de leve murmurando baixinho.
- Vamos, temos que ir antes que cheguem!
Olhou para ele e afirmou a cabeça, enquanto os outros chegavam, Maria olhou para ele e para os outros que se aproximavam, afirmou com a cabeça.
- Sim, vamos!
Ele segurou a mão dela forte e começou a guiá-la para o norte, para o caminho que todo o grupo seguia.
Ninguém tinha noção do que estava acontecendo. Caminharam por muito tempo, todos estavam cansados, até as feridas já estavam cicatrizando. Carla virou para Maria e timidamente murmurou.
- Para onde vamos?
A pergunta foi pega de surpresa, balançou a cabeça negativamente.
- Não sei, achei que...
Todos pararam e sem mesmo pensar viraram-se e olharam bravos para Maria. Paulo que estava ao lado entrou na frente e falou irritado.
- O que é isso? Depois de tudo que aconteceu ninguém deve ficar com esta cara para ela, pois foi a que mais perdeu aqui.
Maria olhava para ele sem entender o que aconteceu, mordeu o lábio e criou coragem para falar, tocou o ombro de Paulo e se moveu de leve para frente, olhou nos olhos de todos, estava muito seria, ninguém nunca a tinha visto daquele jeito.
- Agora chega. Não lembro de muita coisa então vamos embora.
Sem deixar ninguém falar nada começou a caminhar para uma direção, os olhos estavam cheios de água, mas segurava para não chorar. Caminhava segurando a mão de Paulo, que parecia ser o único em quem podia confiar.
Os passos eram firmes, mas ao mesmo tempo delicados, em sua face estava o sinal da duvida estampado, mas mesmo assim seguia em frente quieta, só ouvindo o que falavam, às vezes ficava triste, mas nunca deixava transparecer.
O tempo ia passando e todos iam começando a ficar desesperados e cansados. Maria parou olhando para o lado oposto e sem vontade de segurar murmurou.
- Será que estou indo certo?
Todos pararam olhando para ela, Paulo sem querer acabou soltando sua mão e respirou fundo, virou-se para ela e acariciou seu rosto de leve, Maria só levantou o rosto.
- O que foi?
- Não fique na duvida, estamos aqui para segui-la, para ajudá-la.
- Mas!
- Sem, mas...
Ia voltar a falar, porem ficou quieta, olhou nos olhos de Paulo e logo virou o rosto observando as pessoas, passou a mão nos cabelos e caminhou para trás, olhava em volta e ajeitou-se sentando no chão sem mesmo falar nada. Sem conseguir se controlar mais acabou chorando.
Uma voz calma e tranqüila que vinha do meio das pessoas, uma voz que lembrava a infância com sua avó cuidando e fazendo doce.
- Não chore mais minha criança, estamos aqui não só para seguirmos você, mas também para ajudá-la.
Maria levantou os olhos e começou a procurar quem falava, respirou fundo e balançou a cabeça, passou a mão nos cabelos e limpou a trilha de lagrimas do rosto.
- Então vamos!
Falou com uma voz incerta, mas logo se virou para todos e olhou com uma seriedade que muitos julgariam não ser dela. Paulo chegou perto e afirmou esticando a mão, não falou nada, alias, não tinha o que falar.
Não demorou muito e todos estavam já caminhando com ela, aos sons de reclamações e também de pedidos Maria parou e respirou fundo, sem olhar para trás falou baixo.
- Não quero mais saber deste disse que disse ai. Estou farta disto já!
O rosto dela foi virando e pode ver todos. Primeiro uma mulher linda de cabelos longos, negros e com a face de uma índia brava. Logo em seguida um homem alto, cabelos negros e curtos, olhos amendoados e a única coisa chamativa era o brinco na orelha esquerda. Ao lado um rapaz que parecia embriagado se segurando num homem alto loiro de cabelos médios e olhar sério que estava de mãos dadas com uma linda mulher de vermelho, cabelos ruivos longos e cheio de grande cachos, esta tinha um lindo vestido vermelho bem rodado. Um pouco mais afastado tinha um casal dois velhinhos com suas roupas antigas e sua postura de quem trabalhou por séculos. A velhinha estava segurando a mão de uma pequena criança que ao contrario dos dois estava usando um vestido azul e branco cheio de babados. Esta criança olhava para Maria com carinho.
- Agora chega, todos quietos. Estamos aqui para seguir então vamos juntos e todos se ajudando, afinal estamos todos seguindo o mesmo caminho e passando pelos mesmos desafios.
Todos ficaram quietos, Paulo sorriu olhando para Maria e para as pessoas, tocou o ombro dela e moveu a cabeça afirmando alguma coisa mesmo sem falar.
A jornada seguia tranqüila. O coração de Maria agora estava mais calmo, não parecia estar tão pesado e triste como antes.
A cada passo que davam os ânimos iam se acalmando, parecia que a convivência agora era mais tranqüila, ninguém estava cobrando nada de ninguém, também não estavam sendo cobrados.
Os homens seguiam rindo e conversando, a índia caminhava observando o lugar já a de vestido seguia tranquilamente e a cada passo que dava jogava seu chame todo para todos. O casal já com seus corpos cansados de tanto trabalhar seguiam cuidando da menina e fornecendo alguns pequenos conselhos para Maria, principalmente quando esta fraquejava e estava preste a desisti.
O tempo ia passando e ninguém mais sabia falar se era noite ou dia, como, nem eles mesmo sabiam. Maria para do nada e olha para Paulo, parecia estar decidida a algo, balançou a cabeça e sentou no chão, respirou fundo e olhou para todos, indicando lugar para sentar ao lado dela. Todos ficaram sem saber o que fazer, mas acabaram se sentando junto com ela fazendo um circulo. Paulo balançou a cabeça e ficou de pé olhando para ela, tinha um belo sorriso e mostrava-se confiante.
Maria tinha muitas perguntas, mas resolveu responder primeiro.
- Estamos perdidos, mas sei o que fazer. – Ficou quita por alguns segundos e passou a mão no rosto, logo olhou nos olhos de todos. – Quero saber se estão junto comigo.
Eles ficaram quietos, olhando para ela, logo a mulher sedutora ia falar, mas viu a velha mover a mão e olhar para a Maria, com a voz doce de avó e cheia de sabedoria a senhora começou a falar.
- Maria, minha filha, nós estamos sempre com você, só estamos esperando a sua decisão!
Logo os olhos de Maria passaram por todos, respirou fundo e virou o rosto para Paulo, este tinha um belo sorriso, cheio de alegria e com um pouco de tristeza, logo Maria sentiu um aperto no coração, moveu a cabeça e se levantou abraçando ele forte, parecia temer o que ele iria falar.
- Pronto! Maria, agora já está tudo certo agora, devo ir! – As palavras que saíram da boca de Paulo pareceram facas afiadas cortando o coração dela de novo, abraçou ele forte, suas forças sumiram, mas logo ele continuou. – Tudo tem sua hora minha querida e ainda vamos nos ver, não fica triste, cresça e se fortaleça que quando chegar a hora estaremos juntos outra vez.
Maria sabia o que ele estava falando, afirmou com a cabeça e soltou murmurando para ele.
- Ainda bem que eles estão aqui comigo!
Paulo sorriu e começou a sumir, na verdade todos começaram a sumir Maria sentiu um aperto no coração, não queria isso, mas logo sentiu o toque de todos em seu ombro e ouviu a voz deles.
- Estamos com você.
Maria se moveu de leve e logo abriu os olhos, podia ver o teto com a luz branca, também ouvia o som baixinho de algum aparelho, logo entraram correndo e falando. Maria podia ver seus pais, se sentia alegre com isso e com o fato de atrás dos pais pode ver que todos estavam lá. Sentiu falta de Paulo, mas sabia que iria revê-lo novamente em breve.

sexta-feira, maio 25, 2007

...Paulo e Alma...

Às vezes nada que queremos é possível, os olhos de Paulo ficaram parados observando o lírio, seu coração apertou e uma lagrima caiu. Limpou o rosto antes que alguém pudesse ver, mas era tarde de mais. Não demorou muito para estar rodeado de pessoas observando suas ações, parecia estar sendo julgado por cada ação.
Respirou fundo e se levantou afastando do campo de lírios. Sua mão foi até a cabeça onde pode mexer o cabelo e suspirar, sentia falta dela, mas sabia que tinha que superar.
- Você precisa do que?
Ouvia a voz delicada de u ma criança, os olhos castanhos da pequena menina faziam com que ele tirasse o pensamento dela.
- Como assim?
- Você precisa do que... Parece precisar de algo, posso ajudar?
Olhou para ela, abriu um sorriso e ajoelho-se para ficar do tamanho dela e poder olhar em seus olhos.
- Não preciso de nada minha pequena e você?
A garotinha balançou a cabeça, os cabelos vermelhos e cacheados balançaram e os olhos azuis ficaram cheios de água.
- Por que você mente?
- Mentir? Por que você fala isso. Não estou mentindo.
- Esta sim. Posso ver no seu coração que sente falta de alguma coisa... Você precisa de algo... Fale-me!
Paulo ficou quieto por alguns segundos, como ela podia ver isso, olhou para o lado direito e procurou alguém, mas se via somente com aquela menina.
- Calma. – Sentou no chão olhando para os olhos dela. – Eu preciso de algo sim, mas você não poderá me dar, não agora.
Os passos da garota eram leves e delicados, os olhos dela fixos nos dele, sem pensar duas vezes a menina sentou no colo dele e passou a mão no rosto sorrindo.
- Posso dar sim!
Abraçou Paulo com força, tentava envolve-lo todo, mas seus braços eram pequenos, então Paulo sorriu e abraçou-a. Algo estava estranho, sentia uma emoção forte, seu corpo tremia e sem pensar duas vezes abraçou ela um pouco mais forte e manteve o corpo bem colado aconchegando-a bem carinhosamente.
- Quem é você minha pequena?
- Sou a Alma. Você já esqueceu de mim?
Paulo ainda manteve a garota nos braços, sua mão subiu em seus cabelos e começou a acariciá-la.
- Você esqueceu de mim não é... Tudo bem, eu não ligo... Sei que se lembrará de mim.
A pequena deu um sorriso carinhoso e se moveu beijando o rosto de Paulo que não conseguiu segurar mais as lagrimas que há tempo se acumulavam.
- Ah Alma... Minha pequena princesa!
A garota sorriu se movendo e ficando de pé olhando para ele. Ao ver as lagrimas abaixou o olhar e balançou a cabeça quando levantou o rosto de novo uma lagrima escapava de seus olhos.
- Não chora. Não chora...
Falou baixinho com as mãos tocando o rosto e limpando as lagrimas que escorriam.
- Não chore você minha princesa. Era isso que eu precisava eu acho.
- Mas quando você chora... – Alma leva a mão até o coração e aperta-o de leve. – Meu coração dói, eu não gosto de vê-lo chorar!
Paulo ainda não entendia qual era sua ligação com ela, por alguns segundos ficou olhando aquela menina ruiva de olhos negros parada na sua frente. Suspirou e começou a se concentrar para parar com as lagrimas.
- Pronto princesa, agora não precisa mais chorar porque estou chorando.
Acariciou o rosto dela e sorriu, era um sorriso triste, mas tentava ao maximo não passar a tristeza. Algo inútil, pois Alma parecia conseguir ver tudo. A pequena se ajeitou novamente no colo dele e suspirou baixinho.
- Minha mãe não esta aqui... Posso ficar com você?
Quando Paulo ouviu sobre a mãe ficou parado, sua mente voou para a terra, seus olhos só conseguiam ver Maria. Alma deitou a cabeça no peito dele e fechou os olhos abrindo um sorriso triste.
- Minha mãe é linda não!
Agora Paulo tinha certeza, abriu os olhos e fitou a Alma por alguns segundos.
- Sim... Ela é linda sim, você parece com ela.
Paulo moveu a cabeça olhando para a criança e suspirou.
- Não pareço não, você mente muito mal.
- Ah é, então você se parece com quem?
Alma ficou quieta e fechou os olhos se encolhendo no colo dele. Paulo fechou os olhos e murmurou baixinho.
- Esta bem, você se prece com o seu pai.
Alma só afirmou com a cabeça e sussurrou.
- Posso dormir?
Paulo beijou a testa dela e afirmou com a cabeça. Seu coração agora batia mais devagar.
- Pode sim minha querida, pode dormir... Vamos esperar sua mãe chegar. – Começou a fazer cafuné nos cabelos dela. – Vou te falar uma coisa... Lembrei de você minha filha e tenho algo para te falar... Eu te amo e sua mãe também.
Alma mesmo dormindo abriu um sorriso e continuou a dormir tranquilamente se sentindo protegida. Em meio ao sono sussurrou.
- Te amo papai! Te amo mamãe!
Paulo sentia o carinho de Alma e pensou em Maria. Seu coração se encheu de esperança de algum dia ter as duas em seus braços.

quarta-feira, maio 23, 2007

Alma!

Um choro podia ser ouvido, era um choro de criança, aparentemente de uns cinco anos de idade. Muita gente podia ouvir, mas ninguém podia acudir, não era a hora ainda.
Por mais que chorasse ninguém aparecia, então mesmo com sua pouca idade e seu pequeno tamanho decidiu que iria procurar alguém. Fechou os olhos, passou as mãos nos olhos e engoliu o choro, respirou fundo e se pos a caminhar.
Seus passos eram pequenos, mas bem decididos, não sabia bem por onde e nem quem procurar, mas tinha fé que encontraria alguém que pudesse ajudá-la.
Seguiu por um caminho mal definido, algumas flores e árvores mortas que a deixavam mais assustadas, mas mesmo com medo seguia firme seu caminho, algo em seu coração dizia que era para lá. Demorou um pouco e logo sentiu que estava sendo observada. Com seus olhos pretos começou a procurar a pessoa, respirou fundo e segurou a barra do seu vestido azul. Seus lábios se moveram fazendo um bico de choro, mas não chorou, tirando forças de algum lugar inexplicável continuou a andar e as palavras escapuliram.
- Papai... Mamãe...
Falou triste quase desistindo e foi quando viu um homem alto, cabelos brancos, aparentemente uns 65 anos, olhar carinhoso e sábio. Ele segurava um lírio, flor que quando a criança viu abriu um belo sorriso e sem pensar duas vezes correu na direção dele, seus olhos marejados de lagrimas fixaram-se na flor, sem pensar muito a voz de choro saiu de seus lábios.
- Mamãe...
Fechou os olhos e uma lagrima caiu. O homem olhou para direção da criança e abriu um sorriso carinhoso e protetor, ajoelhou-se e tocou em seu ombro.
- Tudo bem criança?
Levantou a cabeça olhando para o rosto do homem.
- Quero meu papai e minha mamãe... –Falou triste com lagrimas caindo. – Estou perdida... Por favor!
O senhor olhou para a criança e acariciou os cabelos ruivos dela.
- Calma criança, primeiro me fale o seu nome e o nome dos seus pais, sim!
- Eu... Eu não sei dizer... Acho que não lembro... Não lembro o nome da mamãe nem do papai...
- Hum, bem... Chamo-me Lucas, mas venha comigo eu te ajudo a procurar eles, você lembra como eles são?
A menina balançou a cabeça negando e indicou para o lírio.
- minha mãe...
Por segundos Lucas não entendeu, mas logo sorriu e entregou o lírio para a garota.
- Então fique com ela, quem sabe assim você não se lembra... Agora vamos eu quero te levar para um lugar muito bonito.
A garota afirmou a cabeça segurando o lírio com cuidado com uma mão e segurando a mão dele com a outra. Os dois começaram a seguir o caminho lentamente, os olhos dela percorriam cada centímetro do lugar por aonde iam. Lucas começou a falar como funcionavam as coisas e como era aquele lugar.
Não demorou muito e logo estavam num grande campo de lírios brancos, os olhos dela percorreram todo o campo e um grande sorriso pode ser visto.
- Mamãe... - falou baixinho olhando para as flores. – Lembrei... Eu lembrei meu nome... Lucas, eu sei qual é o meu nome... É Alma.
- Que nome bonito princesa. Mas Alma foi os lírios que te falaram?
A garota afirmou com a cabeça e sorriu, soltando a mão dele e apontando para os lírios.
- Sim... Foi minha mãe que me contou...
- Sua mãe? – Lucas parou olhando para direção do campo tentando procurar alguém, quando notou que Alma olhava fixamente para as flores e não para as pessoas. – Sua mãe são as flores?
Ela deu de ombro como se não tivesse estendendo a pergunta.
- Sim, os lírios têm a voz da minha mamãe... Eles falam comigo e me deu saudades da minha mãe...
Lucas olhou para ela e suspirou agora entendendo o que estava acontecendo, fechou os olhos e abraçou a garota falando baixinho após pegar ela no colo.
- Alma, quando a sua mamãe aparecer te levou até ela, por enquanto você fica comigo esta bem.
Alma não falou nada... Deitou a cabeça no ombro dele e afirmou com a cabeça.

quinta-feira, maio 10, 2007

Noticias...

O blogger não morreu não... Só a minha net que esta um pouco pausada...
Acho que daqui umas duas semanas eu volto com contos novos e interessantes...
Para quem quiser saber eu estou bem e tudo tranquilo...
Beijos... Até mais...
Rafaela...
Beijo Lacka...