Eram
seis horas da manha quando Jesse abriu os olhos. Ainda deitado ficou pensando
no que tinha ouvido na noite anterior.
O
menino fez bico e desceu da cama indo para direção da cama da irmã. Ficou olhando
ela por alguns instantes até que cutucou seu ombro e falou baixo perto de sua
orelha.
-Acorda
Jane! Acorda, ele vai levar ela de nós...
A
voz era aflita, porem Jane ainda sonolenta somente abriu os olhos e bocejou
coçando o olho direito com a mão e olhou para o rosto dele. Lentamente a menina
sentou olhando para o rosto do irmão.
-Quem?
-O
papai, ele vai “sekestrar” a mamãe, não pode... quem vai cuidar da gente? E nosso
mama? E pentear seu cabelo?
Jane
olhou para o irmão e falou se deitando.
-Angi?
-hunf,
Angi tem “u” Julian. E mora numa outra casa... Agente não vai sair daqui.
Jesse
falou indignado com a irmã que não entendia a gravidade da situação. Já Jane
pesou o que o irmão falou e respirou fundo lembrando o que a mãe tinha falado
sobre sequestro.
Jane
fez bico e sentou olhando para o irmão.
-Certo,
o que você quer fazer para ele não “sekestrar” a mamãe?
Jesse
sorriu para a gêmea e subiu na cama do lado dela, segurou a mão direita dela e
começou a fazer círculos nas palmas da mão dela.
-Nos
vamos pegar ele antes que ele “sekestra” a mamãe... Eu tenho um plano já aqui
na minha cabeça.
Jane
olhou para o irmão e riu baixinho, esperou que ele contasse tudo o que tinha
planejado. Observou cada movimento que o irmão fazia e riu baixinho com as
coisas erradas e engraçadas.
Quando
Jesse terminou ele ficou olhando para a irmã quieto esperando a resposta dela,
logo ela afirmou com a cabeça e começou a se levantar.
-Certo
então.
Jane
desceu da cama e começou a ir para porta.
-Onde
você vai?
-Vou
ver se a mamãe não foi “sekestrada” já.
Jesse
somente ficou olhando a irmã sair do quarto e ir para direção do quarto dos
pais.
Em
silencio a menina entrou no quarto olhando para os lados, vendo os pais Jane
saiu correndo e abraçou a perna da mãe.
Isabella
olhou para baixo e sorriu passando a mão na cabeça da filha.
-Já
acordada princesa?
-tive
pesadelo... Sonhei que você tinha sumido que o malvado tinha levado você embora.
John
olhou a filha e a esposa e riu baixinho, abraçou as duas e beijou o rosto da
filha.
-Calma
‘Robin’, ninguém vai levar sua mãe da gente... Nunca vou deixar isso acontecer!
Jane
olhou para o pai e abraçou o pescoço da mãe forte, mas suspirou e olhou para
ele seria.
-Eu
também não ‘vo’ deixa ninguém tira ela ‘di’ mim!
Isabella
riu divertida e beijou o rosto da filha fazendo carinho nela.
-Isso
mesmo Jane, ninguém vai me tirar de vocês, estarei sempre aqui!
John
acabou deixando a esposa levar a filha para o quarto, afinal sabia que Isabella
já estava atrasada.
Jane
beijou o rosto da mãe assim como Jesse assim que as duas entraram no quarto.
Isabella colocou os dois na cama novamente e ficou fazendo carinho até que
notou os dois dormindo.
Isabella
beijou a testa de cada um e voltou para o quarto onde beijou John abraçando-o. Não
pode se demorar muito então logo saiu de casa indo para o hospital.
Jane
foi a primeira a despertar da “magia” da mãe, fez bico e pulou indo para a cama
do irmão e cutucando ele até que este levantasse.
Logo
estavam prontos pra colocar o plano de Jesse em ação.
John
abriu a porta e viu cada um dos filhos já despertos, pegando na mão de cada um e
os levou para a cozinha e fez café da manha.
-O
que vocês querem fazer hoje?
-Agente
vai brinca de ‘cauboy’! - Jesse declarou enquanto Jane comia as panquecas que o
pai tinha feito, logo ela pegou o suco e bebeu, enquanto Jesse continuou a
falar. – Nós precisamos dos nossos laços porque vamos pegar os bois que
fugiram.
-Certo
‘Alfred’, quem vai ser os “bois”? – John perguntou curioso.
-‘Us’
cachorros! – Quem falou foi Jane sorrindo.
-Ah,
não senhora ‘Robin’, nada de brincar com os cachorros, eles podem morder vocês.
Os
olhos azuis de Jesse brilharam.
-‘Intão’
você é nosso boi.
John
ficou olhando com cara de “não deveria ter falado nada”, mas somente sorriu.
-Certo,
mas só depois que o papai escrever umas coisas.
Os
dois afirmaram com a cabeça e deram um risinho. John ficou observando os filhos
tirarem os pratos da mesa e colocar na lava louça, logo eles correram para os
quartos.
Jesse
e Jane trocaram de roupa e logo estavam prontos para se livrar do sequestrador.
Pegaram
seus laços e colocaram a roupa de xerife da noite passada, logo os dois
caminharam para direção do escritório. Jesse tirou o chapéu e olhou para dentro
vendo o pai na sua cadeira escrevendo.
O
menino afirmou com a cabeça para a irmã e logo correram para a sala, Jane laçou
uma parte da estante e foi puxando ela, olhou para os livros e alguns objetos
da mãe, mas ela não ficaria brava quando soubesse que ela e Jesse a livraram de
um sequestro.
Com
um pouco de dificuldade ela foi puxando e logo a estante caiu sobre o sofá,
fazendo o maior barulho, derrubando tudo. Jesse correu se escondendo atrás do
sofá que ficava nas costas de quem entrasse na sala.
Jane
viu o irmão escondido e recolheu o laço e soltou um grito.
-Ah...
PAI!
John
que estava concentrado ouviu o barulho e logo se pós de pé e com o grito saiu
correndo.
-‘Robin’!
–John entrou na sala preocupado, vendo a estante e a filha embaixo dela. –
céus... Jane.
Jesse
vendo o pai entrar saiu do esconderijo e laçou ele antes que pudesse chegar na
irmã.
-‘Ti’
peguei, vamos Jane.
-Ei,
o que é isso? Jesse, Jane...
Jane
saindo debaixo do armário usou o laço dela e laçou um John com uma expressão
confusa.
Os
dois começaram a correr em volta do pai rodando a corda no corpo dele e logo
empurraram ele sobre o sofá. Jesse amarrou ele com uma certa dificuldade e logo
sorriu para Jane.
-Me
soltem, vocês vão ficar de castigo, deixa eu sair daqui...
Jesse subiu sobre o pai todo arramado
e olhou nos olhos dele.
-Você
‘ta’ preso vilão do mau... –Jesse olhou para Jane e sorriu. -Ele não vai ‘sekestrar’
ninguém mais!
Jane
riu e amarrou um lenço na boca do pai para que ele não falasse mais nada.