quarta-feira, maio 23, 2007

Alma!

Um choro podia ser ouvido, era um choro de criança, aparentemente de uns cinco anos de idade. Muita gente podia ouvir, mas ninguém podia acudir, não era a hora ainda.
Por mais que chorasse ninguém aparecia, então mesmo com sua pouca idade e seu pequeno tamanho decidiu que iria procurar alguém. Fechou os olhos, passou as mãos nos olhos e engoliu o choro, respirou fundo e se pos a caminhar.
Seus passos eram pequenos, mas bem decididos, não sabia bem por onde e nem quem procurar, mas tinha fé que encontraria alguém que pudesse ajudá-la.
Seguiu por um caminho mal definido, algumas flores e árvores mortas que a deixavam mais assustadas, mas mesmo com medo seguia firme seu caminho, algo em seu coração dizia que era para lá. Demorou um pouco e logo sentiu que estava sendo observada. Com seus olhos pretos começou a procurar a pessoa, respirou fundo e segurou a barra do seu vestido azul. Seus lábios se moveram fazendo um bico de choro, mas não chorou, tirando forças de algum lugar inexplicável continuou a andar e as palavras escapuliram.
- Papai... Mamãe...
Falou triste quase desistindo e foi quando viu um homem alto, cabelos brancos, aparentemente uns 65 anos, olhar carinhoso e sábio. Ele segurava um lírio, flor que quando a criança viu abriu um belo sorriso e sem pensar duas vezes correu na direção dele, seus olhos marejados de lagrimas fixaram-se na flor, sem pensar muito a voz de choro saiu de seus lábios.
- Mamãe...
Fechou os olhos e uma lagrima caiu. O homem olhou para direção da criança e abriu um sorriso carinhoso e protetor, ajoelhou-se e tocou em seu ombro.
- Tudo bem criança?
Levantou a cabeça olhando para o rosto do homem.
- Quero meu papai e minha mamãe... –Falou triste com lagrimas caindo. – Estou perdida... Por favor!
O senhor olhou para a criança e acariciou os cabelos ruivos dela.
- Calma criança, primeiro me fale o seu nome e o nome dos seus pais, sim!
- Eu... Eu não sei dizer... Acho que não lembro... Não lembro o nome da mamãe nem do papai...
- Hum, bem... Chamo-me Lucas, mas venha comigo eu te ajudo a procurar eles, você lembra como eles são?
A menina balançou a cabeça negando e indicou para o lírio.
- minha mãe...
Por segundos Lucas não entendeu, mas logo sorriu e entregou o lírio para a garota.
- Então fique com ela, quem sabe assim você não se lembra... Agora vamos eu quero te levar para um lugar muito bonito.
A garota afirmou a cabeça segurando o lírio com cuidado com uma mão e segurando a mão dele com a outra. Os dois começaram a seguir o caminho lentamente, os olhos dela percorriam cada centímetro do lugar por aonde iam. Lucas começou a falar como funcionavam as coisas e como era aquele lugar.
Não demorou muito e logo estavam num grande campo de lírios brancos, os olhos dela percorreram todo o campo e um grande sorriso pode ser visto.
- Mamãe... - falou baixinho olhando para as flores. – Lembrei... Eu lembrei meu nome... Lucas, eu sei qual é o meu nome... É Alma.
- Que nome bonito princesa. Mas Alma foi os lírios que te falaram?
A garota afirmou com a cabeça e sorriu, soltando a mão dele e apontando para os lírios.
- Sim... Foi minha mãe que me contou...
- Sua mãe? – Lucas parou olhando para direção do campo tentando procurar alguém, quando notou que Alma olhava fixamente para as flores e não para as pessoas. – Sua mãe são as flores?
Ela deu de ombro como se não tivesse estendendo a pergunta.
- Sim, os lírios têm a voz da minha mamãe... Eles falam comigo e me deu saudades da minha mãe...
Lucas olhou para ela e suspirou agora entendendo o que estava acontecendo, fechou os olhos e abraçou a garota falando baixinho após pegar ela no colo.
- Alma, quando a sua mamãe aparecer te levou até ela, por enquanto você fica comigo esta bem.
Alma não falou nada... Deitou a cabeça no ombro dele e afirmou com a cabeça.

3 comentários:

Anônimo disse...

Garota, este parece ser um belo conto de amigo...
você tem o dom^^"

Anônimo disse...

=**** Seja bem vinda novamente moça =^^=

Tudo de bom e do melhor para vc.

Adorei o seu conto, todos eles são lindos. *-*

Tyr Quentalë disse...

Muito interessante a história da Alma. A forma como você fez ela se lembrar do próprio nome foi muito bonito. Está de parabéns!