sexta-feira, maio 25, 2007

...Paulo e Alma...

Às vezes nada que queremos é possível, os olhos de Paulo ficaram parados observando o lírio, seu coração apertou e uma lagrima caiu. Limpou o rosto antes que alguém pudesse ver, mas era tarde de mais. Não demorou muito para estar rodeado de pessoas observando suas ações, parecia estar sendo julgado por cada ação.
Respirou fundo e se levantou afastando do campo de lírios. Sua mão foi até a cabeça onde pode mexer o cabelo e suspirar, sentia falta dela, mas sabia que tinha que superar.
- Você precisa do que?
Ouvia a voz delicada de u ma criança, os olhos castanhos da pequena menina faziam com que ele tirasse o pensamento dela.
- Como assim?
- Você precisa do que... Parece precisar de algo, posso ajudar?
Olhou para ela, abriu um sorriso e ajoelho-se para ficar do tamanho dela e poder olhar em seus olhos.
- Não preciso de nada minha pequena e você?
A garotinha balançou a cabeça, os cabelos vermelhos e cacheados balançaram e os olhos azuis ficaram cheios de água.
- Por que você mente?
- Mentir? Por que você fala isso. Não estou mentindo.
- Esta sim. Posso ver no seu coração que sente falta de alguma coisa... Você precisa de algo... Fale-me!
Paulo ficou quieto por alguns segundos, como ela podia ver isso, olhou para o lado direito e procurou alguém, mas se via somente com aquela menina.
- Calma. – Sentou no chão olhando para os olhos dela. – Eu preciso de algo sim, mas você não poderá me dar, não agora.
Os passos da garota eram leves e delicados, os olhos dela fixos nos dele, sem pensar duas vezes a menina sentou no colo dele e passou a mão no rosto sorrindo.
- Posso dar sim!
Abraçou Paulo com força, tentava envolve-lo todo, mas seus braços eram pequenos, então Paulo sorriu e abraçou-a. Algo estava estranho, sentia uma emoção forte, seu corpo tremia e sem pensar duas vezes abraçou ela um pouco mais forte e manteve o corpo bem colado aconchegando-a bem carinhosamente.
- Quem é você minha pequena?
- Sou a Alma. Você já esqueceu de mim?
Paulo ainda manteve a garota nos braços, sua mão subiu em seus cabelos e começou a acariciá-la.
- Você esqueceu de mim não é... Tudo bem, eu não ligo... Sei que se lembrará de mim.
A pequena deu um sorriso carinhoso e se moveu beijando o rosto de Paulo que não conseguiu segurar mais as lagrimas que há tempo se acumulavam.
- Ah Alma... Minha pequena princesa!
A garota sorriu se movendo e ficando de pé olhando para ele. Ao ver as lagrimas abaixou o olhar e balançou a cabeça quando levantou o rosto de novo uma lagrima escapava de seus olhos.
- Não chora. Não chora...
Falou baixinho com as mãos tocando o rosto e limpando as lagrimas que escorriam.
- Não chore você minha princesa. Era isso que eu precisava eu acho.
- Mas quando você chora... – Alma leva a mão até o coração e aperta-o de leve. – Meu coração dói, eu não gosto de vê-lo chorar!
Paulo ainda não entendia qual era sua ligação com ela, por alguns segundos ficou olhando aquela menina ruiva de olhos negros parada na sua frente. Suspirou e começou a se concentrar para parar com as lagrimas.
- Pronto princesa, agora não precisa mais chorar porque estou chorando.
Acariciou o rosto dela e sorriu, era um sorriso triste, mas tentava ao maximo não passar a tristeza. Algo inútil, pois Alma parecia conseguir ver tudo. A pequena se ajeitou novamente no colo dele e suspirou baixinho.
- Minha mãe não esta aqui... Posso ficar com você?
Quando Paulo ouviu sobre a mãe ficou parado, sua mente voou para a terra, seus olhos só conseguiam ver Maria. Alma deitou a cabeça no peito dele e fechou os olhos abrindo um sorriso triste.
- Minha mãe é linda não!
Agora Paulo tinha certeza, abriu os olhos e fitou a Alma por alguns segundos.
- Sim... Ela é linda sim, você parece com ela.
Paulo moveu a cabeça olhando para a criança e suspirou.
- Não pareço não, você mente muito mal.
- Ah é, então você se parece com quem?
Alma ficou quieta e fechou os olhos se encolhendo no colo dele. Paulo fechou os olhos e murmurou baixinho.
- Esta bem, você se prece com o seu pai.
Alma só afirmou com a cabeça e sussurrou.
- Posso dormir?
Paulo beijou a testa dela e afirmou com a cabeça. Seu coração agora batia mais devagar.
- Pode sim minha querida, pode dormir... Vamos esperar sua mãe chegar. – Começou a fazer cafuné nos cabelos dela. – Vou te falar uma coisa... Lembrei de você minha filha e tenho algo para te falar... Eu te amo e sua mãe também.
Alma mesmo dormindo abriu um sorriso e continuou a dormir tranquilamente se sentindo protegida. Em meio ao sono sussurrou.
- Te amo papai! Te amo mamãe!
Paulo sentia o carinho de Alma e pensou em Maria. Seu coração se encheu de esperança de algum dia ter as duas em seus braços.

3 comentários:

Tyr Quentalë disse...

Esa segunda história parece estar distanciada da primeira, mas é tão bela quanto. Parabéns Rafa, as histórias possuem um quê de melancolia, mas ainda continuam muito bonitas!

Anônimo disse...

*-* Conto maravilhoso moça, adorei mesmo. Continue assim sempre =)
=** beijão e um enorme abraço =^^=
Paz, saúde, amor, progressos e prosperidades.

Anônimo disse...

Concordo com Tyr... santa distância Batman^^"
Mas o seu modo de escrever e sua gramática são bem poéticos...
adorei ler mais este conto.