sexta-feira, junho 08, 2007

Lais Catarina Kastin! Ventrue 10ºgeração

Os olhos mel de Lais pairam sobre o jardim, já eram oito horas e começava a fazer frio, virou o rosto para Antonio. “-Mande o Pierre para dentro, esta esfriando!” Falava observando novamente o pequeno garoto de 5 anos que corria pelo jardim. Abaixou a cabeça e fechou os olhos lembrando do passado... Passou a mão nos cabelos e caminhou até uma poltrona, ao sentar foi tragada pelos pensamentos antigos.
Podia sentir os raios de sol tocando sua pele, enquanto seu olhar percorria aquele mausoléu antigo. Suspirou e começou a correr, claro a curiosidade sempre batia mais forte em seu coração. Realmente Lais não tinha muita cabeça na época.
Invadiu o mausoléu observando, todos falavam que era abandonado e mal assombrado, coçando a cabeça pulou uma janela e se deparou com um lindo piano, passou o dedo pelo piano constatando que não tinha sujeira, logo temeu que alguém a achasse, mas quem morava lá se ninguém via ninguém entrar.
Ainda tinha sol, mas já era tarde, estava para anoitecer, então Lais sabia que tinha que ser rápida... Seus passos percorriam o salão de musica seguindo pelos corredores, mordia o lábio inferior com um pouco de medo, respirou fundo subindo as escadas... Suas mãos tremiam ao chegar à maior porta do mausoléu.
Olhando para a maçaneta levou a mão até ela, virou devagar para não fazer barulho, respirou fundo e segurou a respiração para poder abrir a porta sem fazer nenhum ruído. Os olhos dela procuravam a luminosidade de dentro, mas não existia... Soltou a respiração e começou a andar devagar, queria poder voltar no tempo para não fazer isso, mas já tinha feito e agora tinha que conviver com isso... Passou do batente e olhou para dentro, estava escuro e seu coração batendo mais forte.
Com a mão direita tentou achar o interruptor para ligar a luz, mas só sentiu algo a puxando para dentro. Ela foi jogada sobre uma cama, seu coração batia forte, tentou falar, mas só gaguejou tentando descobrir o que era... Sentiu alguém tocar seus ombros e a prender na cama, tentava ver quem era, mas estava muito escuro. Só ouviu uma voz melodiosa falando baixo: “Você sabe qual é a punição por invadir a casa dos outros?” Lais temeu de medo balançando a cabeça lentamente. Ultimamente ela sabe qual é a punição.
Esta foi a ultima vez que Lais viu a luz do sol e sentiu seu coração bater. Nunca mais ele a deixou sair do mausoléu... Ensinou ela a sobreviver pela noite e há passar muito tempo sozinho.
Lais foi puxada pela realidade com o toque de uma pequena mão nas pernas, lá estava Pierre com seus olhos azuis fixos na garota. “-Mãe... Quero brincar lá fora...” Balançando a cabeça e dando tapinhas na bunda dele. “-Vai tomar banho e jantar!” Sorria para o menino e fechou os olhos, lembrou de como achou ele.
Era inverno e Lais estava andando sozinha pela cidade, ouvia algumas pessoas falarem alto e gritarem balançou a cabeça e continuou a caminhar sentindo o vento gelado bater em seu corpo, sua atenção foi chamado somente por um casal, um homem grisalho e uma garota de no maximo 15 anos, ele a segurava forte, Lais pode sentir o cheiro do vitae invadindo sua narina, fixou os olhos nos dois, logo o homem saiu deixando a garota semi morta no chão.
Caminhou até a garota e olhou para baixo, parecia estar olhando no espelho, viu claramente sua face na face da garota, os olhos mel agora vidrados e também os cabelos castanhos, abaixou os olhos vendo a barriga. Ficou com um pouco de repulsa do homem e balançou a cabeça... Havia sangue ainda na mulher, mas ela não iria sobreviver, muito menos o bebe. Pegou o celular e ligou para uma ambulância e falando da garota, os deixou a levarem para o hospital...
Voltou para casa, mas sua mente estava na garota... Sentiu sua mente a torturar, pensou nos pais e no irmão... Não conseguindo dormir chamou Antonio seu fiel servo. Mandou que ele fosse ao hospital ver a garota e seu filho. Mais ou menos meia noite Antonio chegou com duas noticias, a primeira já esperada, a mulher estava morta, já a segunda a pegou de surpresa, o bebe estava vivo... Lais tremeu e se trancou em seu escritório.
Seus negócios estavam indos de vento em polpa... Sua casa noturna estava rendendo muito e também tinha policias ajudando na segurança, estava tudo certo, mas o menino ficava em sua mente. Quando passou uma semana Lais tomou a decisão de descobrir quem eram aqueles dois.
Na noite seguinte chamou Murilo Peres um policial que tinha contato e pediu para ele descobrir quem eram aquelas pessoas. Não demorou três dias e ele voltou com um relatório, realmente a garota era sua sobrinha e o filho dela a ultima geração da sua família. Lais agradeceu e pagou pela informação como sempre.
Deixou passar mais duas semanas e mandou Antonio pegar o menino, pois iria criar, afinal não deixaria sua família acabar ali. Tinha pensado muito naquelas semanas e sabia que iria ter problema, mas superaria isso como sempre superou. Demorou um pouco, mas conseguiu dentro da lei adotar o menino e desde então ela o protegia com todas as garras.
E agora depois de cinco anos Lais sorria tranqüila, afinal tinha sua família e seguia sua ‘vida’... Ainda não tinha decidido o que iria fazer com o menino quando este crescesse, mas deixaria o tempo decidir.

5 comentários:

Anônimo disse...

Nossa... Lacka ... cada vez se Superando ... Cada vez me Cativando mais com seus Contos...
Senti Saudades, Sabia? ^^

Anônimo disse...

Adorei o seu conto mais uma vez e sempre será assim =)
Beijos e abraços, tudo de bom e do melhor para vc.

Tiamat disse...

muito bom mesmo, um tanto melancólico, mas nakela dose que faz lembrar um doce. muito bom

Anônimo disse...

Adorei a história.Serviria perfeitamente para um prelúdio,crônica!beijos,saudades
Digo

Tyr Quentalë disse...

Oi maninha! O seu texto realmente ficou muito bom. O preludio e o desenrolar da história dos conflitos mentais de sua vampira a tornaram bem cativante, pois deixou bem evideniada a humanidade dela, que por sinal, parece ser alta em comparação do que estamos acostumados a ver nos vampiros. Bom.. pelo menos nas tramas de Mesa, já que na UOL tem Vampiros galantes, canastrões e bonzinhos demais para o meu gosto. Mais uma vez parabéns pelo seu conto, você soube cativar o leitor.