quarta-feira, junho 13, 2007

Sonho ou Lembranças?

O véu branco se movia deixando só a mostra a silhueta da grande construção, devia ter no mínimo três andares e o teto ovalado, atrás do véu só a saudade e também o medo faziam o coração bater mais forte.
Procurou olhar para os lados, mas tudo era novo demais, não sabia o que fazer e nem como... Apertou as mãos até ouvir os estalos e logo soltou um longo suspiro. Só tinha certeza de uma coisa... Estava em casa.
Sua mente vagava pelo tempo e espaço, tinha certeza da guerra, mas não sabia o por que. Temia ser o culpado e chorava pelas manchas de sangue invisíveis em suas mãos. Pensou duas vezes antes de seguir, mas o campo de batalha impedia.
Não suportava ver mais as pessoas se matando, irmãos contra irmãos, seria uma briga de família... Que família, qual época e quais motivos! Ninguém sabia muito menos ele.
Sua mão esquerda segurava a espada, seu braço já estava doendo, queria soltar, mas não iria... Tinha que proteger... Proteger.... Sua terra, sua amada seus filhos, sua vida... Seu legado.
Para ele isso era importante... Seu legado, o ensinamento a muito custo aprendido. Sua força vinha disto, não devia largá-lo, era sua obrigação, o seu grande fardo... Devia morrer para proteger.
No fim foi isso que aconteceu, seus amigos, companheiros e professores não conseguiram sobreviver. Mas o que era tão importante para valer a vida de tantos, Foi protegido sobre o véu branco, sobre o sol vermelho se escondendo na terra antes marrom agora vermelha de sangue de familiares.
Enquanto os anjos choravam tal atrocidade o guerreiro sorria, pois tinha cumprido sua missão.
28/01/2007

4 comentários:

Tyr Quentalë disse...

Lembranças, batalhas, uma cena que mostra a melancolia. Interessante como parecemos tão ligadas neste ínfimo momento, não? A satisfação de seu guerreiro, foi encontrada por ele ter cumprido sua missão, mas isso trouxe as lágrimas de anjos, que derramaram seus prantos sobre os corpos mortos e a terra manchada de sangue. Um conto bem interessante, minha irmã.

Anônimo disse...

Um conto mais curto que nao é de comum vindo de vocÊ,mas tem tanta consistência que dispensa os floreios para alongar o sofrimento do protagonista em mais linhas.Este conto é como um golpe brutal que abre uma ferida;no começo uma dor intensa;um grande impacto.Depois a carne que lateja e dissipa a dor,mas sem a existinguir por completo, nos fazendo refletir e amadurecer.
Digo

Tiamat disse...

Muito bom a pequena crônica... agrada o coração desta draco que não se interessa por preadores e vítimas, mas a beleza da batalha, acima dos sentimentos. Ainda que pareça cruel, é desta face q se tem a idéia, importância e valor da vida.

muito bom!

Tiamat disse...
Este comentário foi removido pelo autor.