sábado, novembro 06, 2010

Inverno Revelador

Inverno... Frio, escuro e solitário. Estas eram as palavras para definir a estação e até mesmo o coração de Joseph.

Após um dia muito frio e cheio de neve e o tédio consumindo a mente dele, não aguentou mais nenhum segundo dentro da grande mansão.

Levantou-se da poltrona central e começou a caminhar.No mesmo instante Natasha se colocou ao lado da porta, estava com seu casaco roxo nas mãos e um casaco chumbo na outra, seu sorriso era grande e esperançoso.

Os olhos verdes de Joseph pararam nela por alguns segundos. Fechou os olhos e balançou a cabeça falando num tom baixo:

- Desista! Vou sozinho!

O sorriso de Natasha sumiu.O coração se apertou e segurou forte o casaco roxo nas mãos.

- S-senhor? Não é muito arriscado ir sozinho?

Abriu os olhos e fixou nos olhos dela. Tão bela, os cabelos vermelhos, os lábios grossos e a pele clara. Por um segundo Joseph ficou tentado a não sair e ficar, procurar consolo nos braços da mulher ruiva que estava tão disposta a dar a atenção necessária, mas não era isso que queria, precisava procurar algo que fizesse o inverno do seu coração sumir.

- Já falei, vou sozinho!

Natasha afirmou com a cabeça e moveu o casaco chumbo colocando sobre a camisa vermelha e a calça social preta.

- Esta bem senhor, estarei aqui se precisar!

Joseph só afirmou com a cabeça e começou a sair, abriu a porta principal e visualizou o jardim todo branco. Ficou olhando para a neve por alguns instantes e começou a caminhar.

Não tinha nada em mente só caminhar um pouco pela cidade, inconsciente de sua busca. Não sentia frio como todos, mas não iria demonstrar isso, então estava meio encolhido entre seu casaco pesado de inverno. Os olhos verdes percorriam as ruas observando cada pessoa que passava.

Seus sentidos aguçados facilitavam muito sua vida. Caminhou quieto sem demonstrar muito ânimo, como a maioria das pessoas.

Sentiu um pouco de fome, mas nada que pudesse atrapalhar seu auto-controle, seguia devagar quieto com as mãos no bolso, mas algo chamou sua atenção. Virou o rosto para a direção de um beco quando ouviu o rapaz falando para o outro:

- Vai ser fácil mano, só entrar e pegar as coisas, a mulher tem grana e mora sozinha, passa mais tempo fora do que dentro.

- Tem certeza?

- Tenho sim, mas a gente leva o berro só pra não ter problema!

O homem afirmou com a cabeça e os dois saíram do beco seguindo para direção.

Joseph lambeu os lábios e começou a caminhar, não era o que procurava, mais alguma emoção em sua vida agora teria.

Seguiu os homens de longe, não tinha que ficar colado, os olhos sempre atentos a todos os movimentos.

Os dois cochichavam falando sobre o que pegar na casa, Joseph sentiu um enjoo, eles iriam roubar uma artista, como eles pensaram que sairiam impune disto, Joseph deu um sorriso, a polícia não precisava achá-los, pois logo iriam achar a punição certa em seus braços.

Os homens pararam na frente de uma casa, ficaram olhando por alguns segundos quando pularam o muro e começaram a correr silenciosamente para a janela lateral. Com um pequeno sorriso, Joseph tomou impulso e pulou para dentro do quintal, olhando em volta e escondendo-se na sombra, observou os dois quebrando a janela.

Os olhos verdes dele percorreram a casa e viu em uma janela na parte de cima um movimento, balançou a cabeça negando os dois ladrões que acabara de entrar.

- Amadores!

Falou baixo e num segundo estava parado ao lado da janela que agora estava arruinada, em um movimento Joseph já estava dentro, moveu o casaco fazendo alguns flocos de neve cair no chão, moveu a cabeça observando o interior, era aconchegante. Sorrindo , respirou fundo e sentiu algo estranho, aquela casa tinha um cheiro diferente de tudo que ele já sentiu. Um cheiro que atiçou seu lado a muito adormecido, sentiu seu corpo despertar.

Ficou assustado por alguns segundos, mas balançou a cabeça ignorando isso e começou a caminhar. Não seguia mais em busca de emoção e sim em preservação, queria proteger quem tinha aquele cheiro.

Seus olhos do verde esmeralda foram para um vermelho sangue, as garras apareceram e as presas saltaram para fora, não sabia bem porque isso, mais iria proteger a qualquer custo.

- Por aqui mano!

Joseph pode ouvir os movimentos deles e rosnou baixo seguindo para direção dos dois. De longe pode vê-los pegando uma escultura, era linda, sua perfeição tomou alguns segundos de sua atenção, mas balançou a cabeça se focando no que tinha que fazer.

Os olhos brilharam e quando colocaram o saco no chão para poder pegar outra escultura. Joseph pulou sobre o rapaz, as garras foram cravadas nos ombros e as presas foram violentamente para o pescoço dele sugando-o, por segundos um quase grito saiu, mas a mordida fez com que o rapaz engasgasse e acabou soltando um gemido.

Quando o outro olhou para seu colega paralisou-se. Os olhos de Joseph o hipnotizou. Não conseguia piscar, apesar da cena aterrorizante ele ficou cheio de desejo.

Deixou o corpo sem vida do primeiro cair no chão, num segundo já estava sobre o outro, as garras afundaram-se na cabeça do rapaz e com uma força desumana Joseph girou a cabeça ouvindo somente um barulho seco de osso se partindo, o corpo agora sem vida caiu no chão.

Joseph sorriu por alguns segundos lambendo os lábios, quando ouviu o barulho de passos, imediatamente pensou. “Será que ouviram?” moveu-se rápido pegando os corpos e enfiando dentro de um armário, logo iria tirá-los dali.

Voltou sua atenção para a sala, vendo a sacola no chão com a escultura arrumou-a no lugar certo e correu para as sombras se escondendo. Não precisava respirar e sua habilidade em ofuscar-se o ocultou perfeitamente de olhos não treinado.

2 comentários:

TigerFree® disse...

Nossa passou um tempinho... o.o nem percebi.
Seus contos continuam com grande excelência. =) Gosto demais deles.
=** um grande beijo e tudo de bom para você. Se cuida viu !
=^^=

Igor disse...

Espero que tenha continuação! xD

Adorei, Rafinha. Como sempre! Queria ter essa determinação em sempre escrever assim, mesmo que demorando, mas constante e bem.

Se lançar um livro e ficar famosa, lembre da ralé, hein! :P