terça-feira, fevereiro 07, 2006

Angelic Pahor...

O dia estava bem quente quando a pequena Angelic veio ao mundo, uma criança mirada e com a saúde precária, os médicos da época deram para ela menos de um mês de vida, sua mãe desesperada prometeu sua filha para Deus se ele a se salva e também lhe desse outra filha.
Naquela época Deus ouvia as preces de seus filhos e atendia. Um ano depois do nascimento de Angelic. Ana Maria Pahor teve outra filha e em seguida um menino, assim ela já sabia o que deveria fazer.
Ana Maria criou sua filha segundo a bíblia, ensinou os trabalhos de casa, costurar e também a rezar... Inconscientemente deu-lhe um poder que não reparou.
Aos cinco anos a pequena Angelic já ajudava sua mãe a cuidar de seus irmãos, arrumar a casa, sempre com um belo sorriso e fé em seu coração, pois Deus iria ajudá-la em tudo assim como fora ensinado pela mãe.
No seu aniversario de 10anos Angelic ganhou um presente de seus pais assim como a noticia que por instantes ela achou uma triste, mas após pensar um pouco descobriu que era exatamente isso que queria. Seus pais lhe deram um rosário de perolas e prata assim com a passagem para o convento onde viveria para servir Deus. Antes de o dia acabar Angelic já estava com suas coisas arrumadas e prontas para pegar o caminho e ir para o convento.
Sua vida estava dando uma guinada completamente, iria sair de perto das pessoas cujo amava muito, isso fez com que se apegasse mais em Deus, se consolando nos “braços” dele.
O convento era escuro, medonho, frio e nem um pouco convidativo, mas em seu pensamento Deus estava ate nos corações mais gelados afinal todos eram seus filhos.
Chegando no convento se instalou em um cubículo cinza com grades nas janelas que eram pequenas deixando pouco vento entrar, uma cama incomoda e um armário onde poderia guardar suas coisas. Angelic se ajeitou, transformou seu aquela cela em um lar quente e amigável, de manha após a missa colhia flores e deixava ao lado de sua cama num pequeno altar.
Após cinco anos de estudos árduos, e muita provação Angelic conseguiu se tornar o que mais desejava, uma nova freira, final mente seria a esposa de Deus.
Sua família toda compareceu no dia, Angelic ficou mais feliz, a cerimônia foi linda... O padre falando e todos ouvindo pacientemente a cerimônia acabar... Neste dia não quis comentar com ninguém, mas viu um homem de mais ou menos 33 anos cabelos longos assim como todas as imagens de seu amado.
A noite sozinha em seu cubículo Angelic passou rezando pela benção de ver Jesus no dia mais importante de sua vida, nesta mesma noite as todas as irmãs foram acordadas por um grito de dor e agonia.
Uma chuva fria e fora de estação começou a cair, Ierus saiu de seu esconderijo ainda sofrendo as conseqüências, sua alma doía um pouco assim como seu corpo. Ele andou pelos túmulos a pensar... Aspirava saber de onde veio tal poder que o fez sentir mal pela segunda vez em sua existência.
Ierus andou sentindo a chuva para acalmar sua sede de vingança ate quase ate o amanhecer, ao voltar para o convento entrou no primeiro cubículo das freiras, uma garota bonita que não se assustou, pois já ouvira de outras irmãs que Jesus aparecia. Ierus se esbaldou com ela... A pele macia, cheirosa, bem tratada e com cabelos longos negros, seus olhos pretos e brilhava, ele não se demorou, deu um abraço e mordeu seu pescoço sugando todo seu sangue, devido seu sofrimento não conseguiu se controlar e pela primeira vez matando vez uma das freiras.
Houve um grande rebuliço no convento, pois uma das novas freiras amanheceu morta, não se sabia porque, os padres encobriram toda a historia dando a noticia a família falando que sua filha foi para os braços de Deus pela vontade dele. Angelic não acreditou muito nisto e por conta própria começou a investigar o porque da morte de sua “irmã”.
Passou três meses e Ierus evitava um quarto não sabia o porque, mas não gostava daquela porta, ele vigiava aquela garota, afinal ela tinha algo que ele precisava, algo que fazia seu sangue ferver como nenhuma fizera antes, algo que ele só sentira uma vez e não foi nas mãos de uma doce menina e sim de um homem grosso e com um poder muito forte que quase matou ele, ta o homem não era tão forte, mas Ierus lembra muito bem da briga, o soco daquele mortal era tão dolorido quanto colocar a mão no fogo... Ainda tem a marcas daquela briga, isso o faz lembrar do gosto daquele sangue, algo que ele nunca sentiu em toda a sua existência, um gosto ao mesmo tempo, doce e apaixonante como se estivesse comendo uma fruta madura, e também amarga e destrutiva como se estivesse tomando um veneno... Isso era algo que Ierus gostaria de sentir novamente.
Angelic andava depois que os sinos batiam para se recolher, andava por todo o convento a procura de algo, afinal sentia em seu coração que deveria fazer isso... Deveria procurar o responsável pela morte de sua “irmã” e tinha fé de que iria encontrar e fazer ele pedir perdão por ter matado uma filha de Deus. Enquanto Ierus vivia se escondendo e também admirando a coragem daquela criança, pois era exatamente isso que ele via nela.
No dia que fez sete meses da morte da Irmã, Angelic resolveu sair mais uma vez a procura do responsável, pedi a Deus para iluminar seu caminho e começou a vagar pelos corredores sombrios do convento.
Foi quando Ierus se descuidou, Angelic ouviu passos e vozes de alguns padres falando com mais um homem, ficou escondida esperando os padres irem para seus cubículos e entrou na sala, era a biblioteca onde viu o homem sentado lendo um livro.
- Quem é você?
Ierus se assustou quando ouviu a voz dela e se virou fechando o livro. Angelic em pé se manteve firme e voltou a perguntar.
- Quem é você?
- Ora minha filha, não imagina quem eu sou? Reza em meu nome e em nome do meu pai e não imagina quem eu seja?
Angelic fechou os olhos balançou a cabeça respirando fundo, com as mãos escondidas no hábito apertou seu rosário.
- Não, você não pode ser Jesus, você é diferente tem algo, esconde algo, Jesus nunca esconderia algo.
- Como assim criança, veja... Venha toque em mim, sou filho de Deus assim como você, ele me mandou a terra salvar todos e você me acusa de não ser ele.
- Sim, acuso... Não sinto a bondade em você, tem algo estranho, me diga quem é você, por Deus me fale à verdade.
Ierus quando ouviu a palavra Deus deu alguns passos para trás, não sabia que o poder que ela tinha era tão forte, os olhos ficaram vermelhos e uma lagrima de sangue correu pela sua face. Angelic se assustou dando alguns passos para trás também, Ierus se levantou serio e falou com uma voz não muito amigável.
- Chamo-me Ierus, sou o senhor deste lugar, você como todos que moram aqui devem obediência a mim.
Falava com um tom imponente usando o dom de seu sangue querendo domina-la. Mas algo nela impedia isso, ierus não entendeu quando Angelic ficava olhando-o seria e começou a falar.
- Quem você pensa que é para querer tomar o lugar de Deus, ele é o único a quem devo obediência e o único que manda aqui, você é algo ou um ser que deve respeitar isso.
Ierus não suportava as palavras, caiu de joelhos com a voz dolorida falou.
- O que quer de mim garota?
- Quero que você peça perdão por tudo de mal que fez, quero que vá embora e deixe-nos em paz, quero justiça pelo que você fez com a “irmã”.
De joelhos Ierus abaixou a cabeça aos pés daquela criança, lagrimas caiam incontrolavelmente se segurando ele falou.
- Perdoe-me, me perdoe pelo que fiz...
Angelic sorriu e ajoelhou-se na frente dele, levando a mão ao seu rosto acarinhou e murmurou.
- Esta perdoado, agora vá, vá embora e não volte a fazer mal a nenhum dos filhos de nosso pai.
Ierus sorriu e com um movimento brusco pulou sobre Angelic, a garota se assustou quando sentiu o corpo de Ierus sobre o dela, respirando fundo quando sentiu as presas de Ierus cortando sua pele, Angelic soltou um grito e segurou nos ombros dele. Ierus sugou, voltou a sentir a dor e o prazer daquele sangue, sugou quase tudo a deixando imóvel em seus braços.
- Ah, criança... Quer que eu peça perdão... Perdoe-me então pelo que vou fazer agora.
Com um sorriso cínico Ierus cortou seu pulso e fez com que Angelic engolisse seu sangue. O grito da garota pode ser ouvido pelos corredores frios do convento, o corpo se contorcendo numa dor violenta, Angelic sentiu as mãos do anjo a segurando por alguns segundos, mas também sentiu ele soltando-a de volta ao seu corpo já gelado. A besta a consumia, Ierus sabia disto e lhe deixou um presente, uma garota, uma noviça de 12 anos deitada esperando sua hora final.
Ao acordar Angelic estava num outro cubículo, sua roupa suja de sangue e o corpo de Samanta todo mordidos e sem sangue, neste momento Angelic gritou por socorro e tentou ajuda-la. Ierus abriu a porta sorrindo e olhando-a com um belo sorriso sádico, ele se aproximou e começou a lhe falar.
Ierus explicou para Angelic o que tinha acontecido e o que iria acontecer em seguida e pelo resto da eternidade... Angelic chorou pedindo para ele parar com isso já que não era o que deus queria.
Ierus riu e falou que este deus estava morto há muito tempo. Angelic não acreditou e jurou para Ierus que iria lhe provar o contrario... Passaria a eternidade com ele ate mostrar o verdadeiro poder de Deus.
Assim os dois começaram a viverem juntos no convento, Ierus não sabia o porque, mas não fazia mal a Angelic apesar de tentar transformá-la no que ele era, mas sem chances, pois a fé que tinha em Deus se transformou na única coisa que a fazia sobreviver.
E então a presença daqueles dois seres, tão sagrados e tão profanos, começaram a vivenciar o mágico cotidiano, de compartilharem o mesmo local, pois aquele ser apesar de todo o seu poder, capaz de mover céus e terras, nada podia fazer a não ser admirar com doçura que lhe restava a pobre menina que resistia graças a uma fé, luz esta que era por fim, seu único caminho de sobrevivência.

4 comentários:

Anônimo disse...

Olha eu aki de novo!!!


AMEI esse!! *-*

Muito lindo mesmo^^

Tyr Quentalë disse...

Querida Irmã,
sei que demorei um pouco para virt comentar neste texto, mas aqui estyou eu, depois de ler-lo com calma. A eterna Batalha entre o bem e o mal fez-se presente neste seu texto. A crença em Deus, assim como a descrença. a eterna pergunta que nos fazemos diante de uma questão tão simples. Mas Angelic, ainda terá muito o que provar, já que mesmo possuindo tamanha fé.. poderá vir o quetionamento, por que Deus a sujeitou a isso? Está de parabéns minha irmã. Continue a escrever, sempre que possível.

Anônimo disse...

Maravilhosa essa sua person ..tanto como as outras porém essa tem um toque q eu adoro ..inocencia ..beijos amiga continua assim q vc vai longe ..^^

Anônimo disse...

Como sempre uma surpresa, até o mais existencialista dos filosofos entenderia a fé lendo esse conto. Parabéns