Nas montanhas perdidas de Swansea encontra-se o belo WORG, um lobo branco com olhos brilhantes e dentes brancos e poderosos. Uma espécie rara e caçada por muitos que buscam a beleza de seu pêlo e a dureza e propriedades mágicas dos seus dentes.
Celine estava parada ao lado de seu pai e seu irmão. Os olhos verdes da pequena estavam alerta enquanto ouvia seu pai e seu irmão falarem sobre algo como. “É muito perigoso para ela.” “não devia ter trazido, ela é pequena” mais Anthony não se importava com isso.
Um rosnado pode ser ouvido por todos, mas quem viu primeiro a criatura foi Celine, os olhos de ambos se fundiram em um só em menos de um milésimo de segundo e foi tempo suficiente para que a alma dos dois se fundisse.
Victor ficou pasmo quando ouviu o worg olhando sua irmã, o sangue subiu rápido e com as mãos tremendo pegou a arma e apontou para ele, sem pensar muito puxou o gatilho. O barulho do tiro ecoou pela floresta enquanto o worg somente soltou um grunhido baixo de dor.
Celine tremeu com isso virando o rosto para o irmão, mas logo voltou a olhar o animal, sentiu pena dele.
Tudo ficou em silencio depois do tiro, parecia que horas estavam se passando, mas na verdade foi poucos segundos. O silencio foi espantado por um uivo alto cheio de raiva vindo de longe. Os olhos de todos foram para direção do uivo, mas logo o worg e Celine estavam se fitando.
A pequena ficava olhando para aquele grande animal de pêlos brancos agora maculados pelo vermelho do sangue que escorria do ferimento que a arma de Victor tinha feito. Mas todos sabiam que só aquele tiro não seria capaz de derrubar aquele poderoso worg.
Em menos de um segundo o animal moveu seu corpo pulando sobre a pequena ruiva a levando ao chão, o gemido foi abafado pelos lábios que se fecharam instantaneamente expressando a força que a pequena fazia. As mãos estavam sobre os pêlos macios da barriga tentando manter a boca dele longe do frágil corpo.
Como um trovão Anthony acertou a criatura, mas não antes do worg provar o sabor do sangue de Celine. Com um ataque ele cravou seus dentes na mão esquerda, mas logo soltou tanto a mordida quando o peso sobre Celine.
O grito da menina assustou Victor que olhou assustado, logo se pos a correr para ajudar a irmã a sair debaixo do worg. Celine tentava tirar aquela grande criatura de cima dela, fez força mesmo sentindo a mão latejar de dor, num descuido a pequena acabou pegando sobre o primeiro ferimento do worg. Sua mão queimou no instante em que o sangue quente e vivo do animal tocou sua própria ferida.
Victor e Anthony conseguiram tirar o worg de cima de Celine que agora chorava com a mão latejando. Victor se moveu para ajudá-la, mas foi pego pelo braço por Anthony que o levou até o word, logo estavam já tirando o pêlo do belo animal.
Celine estava quieta olhando para a mão, vendo que ninguém iria ajudá-la pegou o cantil e lavou o ferimento, a água fez com que o ferimento latejasse mais, a dor foi segurada pelos lábios apertados. O coração batia forte, de maneira diferente, uma coisa que Celine nunca iria saber explicar.
Quando os dois homens terminaram e olharam para Celine, que já estava com seu curativo feito. Anthony se aproximou e entregou para a pequena um dos grandes caninos do lupino.
Lagrimas quase caíram, mas Celine segurou, respirou fundo e afirmou com a cabeça sem agradecer.
Os três começaram a caminhar agora indo para direção do chalé, afinal o que eles foram fazer já tinha sido feito.
Celine olhou para trás observando o corpo do worg jogando entre as arvores. A menina abaixou a cabeça e fez uma pequena oração para ele e logo se pos a correr para acompanhar os dois homens que falavam felizes sobre o que tinha ocorrido.
Chegando a casa Anthony foi para o porão enquanto Victor e Celine ficaram olhando um pra o outro por um tempo. Logo Victor foi para seu quarto deixando Celine novamente sozinha.
A pequena ficou parada em pé no meio da sala, respirou fundo e logo foi para o sofá se jogando nele, fechou os olhos e voltou a lembrar dos olhos do worg.
Os dias se passaram e celine ficava mais e mais quieta, fazia o que pediam totalmente automáticos, até sua mãe começou a achar que estava acontecendo algo. Em uma discussão com Anthony Louren chegou a falar que parecia que sua filha tinha perdido parte da alma, mesmo sem saber ela tinha toda a razão.
Celine tinha constantes pesadelos, eles se dividiam em – Sua irmã gêmea voltando e a punindo por algo; Seu pai e seu irmão atirando nela. – Os dois eram assustadores.
O tempo passou de uma forma rápida, os dias repetitivos e sem nenhuma novidade. Victor e Anthony com suas caçadas e Louren nos afazeres da casa. Celine presa em um mundo que nunca viu.
Seu coração batia forte a cada segundo, o corpo começou a se mover para a janela, com cuidado Celine subiu e olhou para baixo, respirou fundo e passou a mão no rosto. Pensou um pouco e não resistiu, acabou pulando no grosso galho da arvore, assim quase caindo.
Celine acabou se machucando, mas não reclamou de nada, depois de ter se acostumado com a altura começou a descer da arvore.
Quando finalmente pisou em terra firme respirou fundo e se levantou. Começou a andar seguindo a direção da floresta.
Ao chegar ao meio respirou fundo e olhou para as arvores com suas grandes copas, apesar da lua cheia, os raios da lua brilhavam e iluminavam um pouco, mas nada que desse segurança para a menina.
Celine ficou quieta por horas até que vários barulhos a fizeram acordar do seu transe.
Um calafrio percorreu seu corpo, quando virou viu um par de olhos amarelos e logo em seguida vários outros olhos apareceram. O coração bateu rápido e uma lagrima escorreu pelo seu rosto.
O corpo tremeu quando viu o grande worg aparecer. Com os primeiros passos o feroz worg branco rosnou e Celine quase caiu para trás, mas o grande animal não fez nada só se aproximou e cheirou a pequena.
Logo após o primeiro worg ficar parado ao lado dela, os outros da matilha saíram de trás das arvores e foram para perto dela também. Ficaram rodeando a pequena por um tempo, mas logo foram cuidar de seus afazeres. Alguns cuidavam dos filhotes que corriam e pulavam uns nos outros, enquanto outros foram fazer sua pequena “ronda” em busca de comida e segurança.
A noite foi passando tranqüila, até que um worg avermelhado chegou perto da pequena com uma lebre pingando sangue em sua boca, num ato de cuidado o worg largou a lebre aos pés de Celine.
Quando a pequena viu a lebre levou à mão a boca tampando ela, sentiu uma vertigem e levantou-se se afastando da lebre. Respirou fundo e começou a correr saindo de perto dos worgs e da lebre. Os worg ficaram olhando assustados, o maior dos filhotes saiu correndo atrás de Celine.
Os dois corriam rápidos por entre as arvores, ficando cada vez mais perdida ate tropeçar numa raiz, seu coração batia forte, celine estava bem assustada. Quando começou a se levantar sentiu duas patas batendo em suas costas, não segurou o grito que assustou às pequenas corujas e o jovem worg que se pos em defesa de Celine imediatamente.
Com o coração batendo forte Celine olhou em volta e só viu o jovem worg pronto para defendê-la de tudo, a pequena respirou profundamente e voltou-se a levantar, olhando para ele e falando pela primeira vez com aqueles animais.
- O que você quer?
O worg ficou olhando para Celine e rosnou algo, parecia tentar responder a garota.
- Vai embora!
O jovem worg se pos ao lado dela e mordeu a barra de sua camisola, para que pudesse puxá-la devagar. Por segundos Celine ficou parada sentindo um pouco de medo e ansiedade, mas logo começou a seguir o worg que a puxava delicadamente. Os dois começaram a seguir para a floresta.
- Para, eu tenho que ir para minha casa não para a sua!
Celine falou com uma voz de choro e o pequeno worg cheirou a garota e logo começou a cheirar o ar, ficou segundos parados e logo começou a puxá-la para o lado oposto.
A caminhada foi longa, mas Celine logo pode ver sua casa, suspirou e abaixou-se na frente do pequeno worg. Envolveu seu corpo com os braços e beijou a cabeça dele falando em seguida com a voz um pouco mais calma e também um pouco preocupada com ele.
- Vai para sua casa, agente se encontra depois.
O worg afirmou a cabeça e lambeu o rosto de Celine se despedindo, a pequena corou um pouco sem jeito e ficou vendo o pequeno lobo ir embora.
Celine virou-se e olhou para casa, suspirou longamente triste olhando para casa, constatando que não tinha como entrar na casa a não ser do mesmo jeito que tinha saído.
Fechou os olhos e logo foi até a arvore, tocou no tronco e suspirou, ficou um tempo parada até começar a subir, era difícil e ficou pensando como tinha descido antes.
Depois de uma longa subida chegou ao quarto, Celine foi direto para a cama, deitou-se e ficou olhando para o teto. Respirou fundo e começou a pensar no que tinha acontecido, lembrava abismada do jovem worg que pareceu entender o que ela falava. Celine apertou os olhos e se esticou na cama e logo se forçou a dormir.
O sono demorou, mais veio a levando para os mundos dos sonhos onde era livre.
2 comentários:
Lindooo *o*
Magnífico =***
Tudo de bom para você.
=^^=
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